Resumo |
Spodoptera frugiperda é a praga de maior importância econômica da cultura do milho em áreas tropicais do continente americano. Culturas que produzem a toxina Bacillus thuringiensis(Bt) são uma das principais estratégias para o controle dessa praga, porque as culturas Bt são efetivas no manejo de insetos alvo, na diminuição do uso de inseticidas convencionais e na redução do risco de efeitos negativos em organismos não alvos, incluindo humanos. No Brasil S. frugiperda tem desenvolvido resistência a culturas Bt. A resistência desenvolvida por insetos pragas ameaça a eficácia de culturas transgênicas que expressam essas toxinas. Assim, o desenvolvimento da resistência pode gerar uma mudança na alocação de recursos para desenvolver e reproduzir nessas culturas, gerando custo para a resistência. Sendo assim, o comportamento reprodutivo pode ser afetado pelo desenvolvimento da resistência. Para a realização do experimento a criação foi conduzida da seguinte forma: As lagartas de S. frugiperda foram colocados em gaiolas de PVC medindo 40 cm de altura x 30 cm de diâmetro, com sulfito de papel sobre as paredes internas para postura de ovos e algodão embebido numa solução de açúcar a 10% e 5% ácido ascórbico para o alimento. Os ovos foram coletados a cada dois dias e armazenadas em sacos de plástico até a eclosão. As lagartas foram transferidas para a dieta artificial em 500 ml copos de plástico até o segundo estádio e, em seguida, colocados individualmente em bandejas de PVC de 16 células até o estagio de pupa. Os insetos foram mantidos a uma temperatura controlada a 27 ± 2 ºC, umidade relativa de 70 ± 15% e fotoperíodo 14L: 10E. Para avaliar custos de resistência na fecundidade e na fertilidade desses insetos, machos de 1, 3, 5 e 7 dias de idade foram acasalados com fêmeas virgens de 3 e 4 dias. Os machos resistentes e suscetíveis foram individualizados e acasalados com fêmeas virgens resistentes e suscetíveis, respectivamente. Os casais foram individualizados na quarta hora de escotofase. Após o acasalamento, as fêmeas foram individualizadas em potes de plástico para oviposição e os machos voltaram para seus potes para posterior acasalamento até completar 7 dias de idade. O número de ovos e o número de lagartas emergidas foram contados. Como resultado, a fertilidade e a fecundidade diferiram em função da idade e do genótipo, mostrando possíveis custos da resistência no fitness reprodutivo do macho. |