Resumo |
O aumento no número de equinos diagnosticados com doenças metabólicas e sua relação com a resistência à insulina no desenvolvimento da laminite tem aumentado a necessidade de avaliar a resistência à insulina nesta espécie. Na maioria das vezes esta condição pode ser caracterizada por uma resposta glicêmica e insulinêmica anormal. Diferentes testes são descritos na literatura, contudo na rotina clínica estas metodologias ainda não estão bem estabelecidas, pois envolvem diferentes doses e tempos de colheita de sangue. É essencial que o teste empregado seja eficiente, de rápida execução, seguro e ocasione o mínimo de desconforto para os animais. Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito do teste de resistência à insulina intravenoso, e o teste combinado de glicose com insulina, sobre a resposta glicêmica em equinos. Para isso, foram incluídos no estudo cinco equinos, hígidos, peso médio 410 kg, com diferentes escores corporais. Antes do início dos testes, um cateter intravenoso foi introduzido assepticamente na veia jugular, e permaneceu até o final do experimento. O cateter foi utilizado para administração da insulina, glicose e colheitas de sangue. Dois animais foram submetidos ao teste A (0,1 UI/Kg insulina recombinante Humulin R); Um animal foi submetido ao teste B (0,75 UI/Kg insulina recombinante Humulin R); Um animal foi submetido ao teste C (0,5 UI/Kg insulina recombinante Humulin R); e o último animal foi submetido ao teste D (dose inicial de 150 mL/Kg de glicose, e 30 minutos após administração de 0,1 UI/Kg insulina recombinante Humulin R). As colheitas de sangue ocorreram no T0 (imediatamente antes do início dos testes), T1 (30 minutos após a dose da insulina), T2 (45 minutos após a dose da insulina) e T3 (60 minutos após a dose da insulina). O teste de Kruskal-Wallis demonstrou que houve diferença no teste A entre o T0 e T1. No T1 os animais apresentaram sinais de hipoglicemia intensa, como sudorese, tremores e aumento das frequências cardíaca e respiratória. A concentração de glicose plasmática no teste A (19 mg/dL) foi a menor em relação aos demais tempos e testes. Todos os testes apresentaram uma resposta hipoglicêmica no T1. Contudo, o teste D pode ser considerado mais seguro por desencadear sinais de hipoglicemia leves e redução nas concentrações plasmáticas de glicose de forma menos abrupta. Conclui-se que os tempos de colheita permitiram a avaliação glicêmica em resposta ao teste de resistência à insulina, e os testes realizados demonstraram que doses menores de insulina são capazes de promover uma redução de 50% dos valores basais da glicose com um tempo de corte de 30 minutos, tornando o teste de resistência à insulina mais seguro e de prática realização. |