Resumo |
O cafeeiro é um dos mais importantes produtos agrícolas comercializados no mundo. O Brasil mantém-se como maior produtor e exportador mundial de café, destacando-se na produção de Coffea arabica e, em segundo lugar, Coffea canephora, que tem como principal variedade o Conilon. Essa vem alcançando, nos últimos anos grande expressão no mercado, em razão da sua inclusão cada vez mais freqüente nos blends de cafés torrados e moídos e da expansão do consumo de café solúvel em todo o mundo. Apesar dessa expectativa a tecnologia de produção ainda é muito incipiente em Minas Gerais, que possui condições edafoclimaticas apropriada ao cultivo dessa variedade. Nesse sentido, avaliaram-se diferentes clones em Leopoldina visando identificar os mais promissores. O experimento foi instalado no Campo Experimental de Leopoldina da EPAMIG Sudeste, em delineamento de blocos casualizados, com 23 clones, sendo 13 da variedade Vitória Incaper 8142 e 10 da variedade Emcapa 8141 (Robustão Capixaba) e 4 repetições. O espaçamento foi 1,0 x 3,0 m entre plantas e fileiras, respectivamente. Foram avaliadas em 2016, as características: vigor vegetativo, com notas de 1 a 10; severidade de ferrugem (Hemilea vastatrix), com notas de 1 a 5; severidade de cercosporiose (Cercospora caffeicola), com notas de 1 a 5; intensidade de seca de ponteiro, com notas de 1 a 4; severidade do ataque de bicho-mineiro (Leucoptera cofeella), com notas variando de 1 a 5; produtividade, em sacas de 60kg de café beneficiado/ha (scs/ha) e percentagem de frutos com lojas vazias. Quanto à severidade de ferrugem foram classificados em dois grupos, sendo que a maioria apresentou moderado sintoma da doença e compreendido principalmente pelos clones da variedade Vitória. A maioria dos clones apresentou folhas com leves sintomas de severidade de cercosporiose. Com relação à intensidade de seca de ponteiro, a média geral foi baixa, a maioria dos clones apresentou poucos sintomas e novamente os clones mais afetados foram da variedade Vitória. Todas os clones apresentaram poucas lesões nas folhas em relação à severidade do ataque de bicho-mineiro. Observou-se baixo valor da média para o vigor vegetativo que pode ser atribuído principalmente a severidade de ferrugem. Constou-se maior variabilidade entre os clones para a percentagem de frutos com lojas vazias, com exceção do clone/código 08, os demais apresentaram valores abaixo de 10% considerado adequado. A média da produtividade foi de 28,42 scs/ha, superior a da Zona da Mata Mineira no ano de 2015, estimada em 25,21 sacas/ha. Os clones foram classificados em dois grupos, sendo o mais produtivo, composto por três clones, com média de 48,85 sacas/ha, e o menos produtivo, formado pela maioria dos clones, apresentou média de 25,36 sacas/ha. Os clones/códigos 02, 05 e 15 apresentaram maiores produtividades e potencial para o cultivo em Minas Gerais. Agradecimentos ao Consórcio Pesquisa Café e a FAPEMIG pelo apoio financeiro do projeto e pelas bolsas concedidas. |