Resumo |
O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é um alimento rico em proteína e faz parte do hábito de consumo de grande parcela da população brasileira. Por possuir grande relevância social e econômica, os programas de melhoramento visam a melhoria de caracteres como arquitetura de planta, qualidade comercial e culinária e potencial de produção. Nas etapas finais dos programas de melhoramento, as linhagens elites são incluídas em ensaios comparativos (Ensaios de Valor de Cultivo e Uso – VCU) visando à recomendação de novas cultivares. Este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de linhagens de feijão preto na Zona da Mata de Minas Gerais, visando subsidiar uma posterior recomendação de cultivares para o estado de Minas Gerais. Sob responsabilidade da UFV foram conduzidos seis experimentos em Coimbra-MG, nas safras da “seca” e inverno de 2013, 2014 e 2015. As característica avaliadas foram produtividade de grãos (kg/ha), arquitetura de plantas, massa de 100 grãos, capacidade de hidratação com 6 e 12 horas de embebição em água e tempo de cozimento. Somente a primeira variável foi avaliada em todos os ambientes, as demais variáveis foram avaliadas apenas na safra do inverno de 2015. Os dados foram submetidos à análise de variância individual e à análise conjunta. Os experimentos apresentaram boa precisão experimental, o que aumenta é importante para a confiabilidade dos resultados obtidos. De modo geral, as linhagens apresentaram alto potencial de produção, equiparando-se às testemunhas Ouro Negro e BRS Valente, cultivares essas recomendadas para cultivo em Minas Gerais. A interação genótipos x ambientes não foi significativa para produtividade de grãos, indicando comportamento consistente das linhagens e cultivares avaliadas nos diferentes ambientes de avaliação (anos e safras). Observou-se variabilidade genética entre os genótipos avaliados para os seguintes caracteres: arquitetura de plantas, massa de 100 grãos e capacidade de hidratação com seis horas de embebição. Mesmo os experimentos tendo sido conduzidos em diferentes anos e safras, não é possível fazer inferência sobre recomendação de algumas dessas linhagens para Minas Gerais, umas vez que a avaliação procedeu-se apenas em um local (UFV). Destaca-se que estes experimentos fazem parte de uma rede de avaliação no estado de Minas Gerais, em que participam a UFV, a UFLA, a EPAMIG e a EMBRAPA. |