Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6087

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Artes, literatura e cultura popular
Setor Departamento de Letras
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Ana Carolina Cavalari Arrais
Orientador JOELMA SANTANA SIQUEIRA
Título João Cabral de Melo Neto – o poeta crítico na imprensa pernambucana dos anos 1950
Resumo O poeta João Cabral de Melo Neto (1920 – 1999) nasceu no Recife, mas viveu parte da infância no interior, nos engenhos de açúcar pertencentes à sua família. Como escritor, pertenceu a dita “geração modernista de 45” e publicou obras consagradas pela crítica brasileira, tais como Cão sem plumas, O rio e Morte e vida severina. Profissionalmente, exerceu carreira como diplomata, o que possibilitou contato direto com diversas culturas, línguas e literaturas. Tem sido considerado pelos estudiosos de sua obra um poeta-crítico, pois, além de ter produzido ensaios críticos importantes, em sua produção poética dialoga criticamente com outras artes e artistas. O trabalho apresentado iniciou-se em março de 2016 e faz parte de um projeto de pesquisa que está em andamento, financiado pela Fapemig. Nosso objetivo geral é a análise do poema O Rio, a par da leitura sistemática das entrevistas do poeta publicadas na imprensa pernambucana nos 1950, disponíveis na hemeroteca digital, pois estas podem contribuir para aprofundar a discussão sobre uma possível visão marxista do escritor, algumas vezes aventada pela crítica. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica em ciências humanas e sociais, a envolver leitura minuciosa das fontes bibliográficas, estudo da teoria literária (a lírica moderna), levantamento de dados, análise e discussão crítica. No contexto em questão, o Brasil estava sob o comando do segundo mandato varguista, sofria com os efeitos da guerra fria e a arte era influenciada pelo realismo-socialismo. Em meio a esse contexto, foi aberto, em 1952, um inquérito no Itamaraty contra João Cabral, acusando-o de práticas subversivas. Tal acusação adveio de uma carta interceptada do poeta ao amigo e diplomata Paulo Cotrim, requisitando um artigo para a revista do Partido Trabalhista Inglês. O fato teve repercussão midiática através do opositor ao governo Vargas, Carlos Lacerda. João Cabral em meio às investigações, fica em disponibilidade por dois anos sem direito a remuneração. Esse período é de intensa produção literária e crítica e, entre outros textos de destaque, produz um poema narrativo sobre o rio Capibaribe, intitulado O rio ou a relação da viagem que faz o Capibaribe de sua nascente à cidade do Recife. Nota-se na poética de João Cabral, juntamente com seu trabalho como crítico, um poeta que rompe com o abstracionismo na arte, trazendo uma linguagem imagética ao leitor. Ele compõe em O rio um poema sobre realidade social, usando a linguagem literária como denúncia à condição social do nordestino, exercendo o que considerou ser um ideal: escrever sobre aquilo do qual é próximo de maneira objetiva e sem floreios.
Palavras-chave João Cabral de Melo Neto, Escritores críticos, Poesia e realidade social
Forma de apresentação..... Painel, Oral
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