Resumo |
As décadas de 1960, 1970 e 1980 foram marcadas pelo monopólio da Rede Globo no país. Os anos de 1990 foram marcados pelo início do abalo deste monopólio, que dura até os dias atuais. Fatores como a segmentação do mercado, a concorrência com outros canais da tevê aberta, com canais por assinatura e com as mídias digitais colaboraram com este abalo. Contudo, o ativismo antiGlobo se constitui como um contraponto importante no abalo deste monopólio, pois atravessou os tempos: teve início nos anos de 1950, se manteve durante os 30 anos de monopólio e, com a internet, se reconfigura nas redes sociais. O ativismo antiGlobo na web teve seu início em meados dos anos de 2010, importando frases clássicas ditas por manifestantes antiGlobo nas das ruas para a web, fazendo circular frases clássicas ("o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo") de décadas anteriores, reprogramando discursos e impondo um argumento enquanto contraponto narrativo de resistência ao monopólio. Este ativismo histórico, que se refaz com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, chamou a atenção para o desenvolvimento desta pesquisa. Os métodos usados para o trabalho envolveram o acompanhamento de algumas das páginas do facebook, sendo elas “Eu odeio a Globo”, “GloboGolpista” e “Globosta”. Após o acompanhamento das postagens dessas páginas passamos para a categorização dos principais argumentos utilizados pelos ciberativistas, sendo elas "Monopólio", "Manipulação" e "Mídia Golpista". Enquanto acompanhamos e categorizamos os principais posts e argumentos, estudamos textos e artigos que tratavam da análise de argumentos e que falavam sobre cibercultura. Depois de toda a leitura, esquematização dos argumentos e análise percebeu-se que os ativistas na web, principalmente no Facebook, buscam reforçar a todo o momento as principais acusações contra a rede Globo, se validando através de notícias, textos, fatos e imagens chamativas. Contudo esses argumentos muitas vezes utilizados pelos ativistas são responsáveis por formar a opinião de quem os acompanha. Com isso os ativistas reforçam representações no imaginário em relação ao ativismo antiGlobo. Através do alcance que eles têm por meio do Facebook, podem compartilhar notícias, vídeos e até simples imagens que vão chegar a outras pessoas de qualquer jeito. Ao destacarem certas discussões sobre a emissora, como as categorizadas ("monopólio", "manipulação" e "mídia golpista"), os ativistas tentam ao máximo fundamentar e reforçar seus argumentos contra a emissora, sendo eles a parte mais interessada nessa ação. As notícias que compartilham em suas páginas validam e dão força aos fatos por eles apresentados, assim como as imagens, vídeos e diversos outros conteúdos utilizados para estruturar seus argumentos contra a emissora. |