Resumo |
Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma desordem metabólica fortemente associada à obesidade, que tem crescido a proporções alarmantes em todo o mundo. Estima-se que 80% dos indivíduos diabéticos possuam excesso de gordura corporal principalmente na região abdominal. O diâmetro abdominal sagital (DAS) é uma maneira simples de estimar a gordura visceral passível de ser adotado na prática clínica. Contudo, ainda não há consenso sobre a melhor região anatômica para a aferição do DAS. Objetivo: Correlacionar os valores de DAS obtidos em quatro regiões anatômicas distintas com a resistência insulínica (RI) em indivíduos com excesso de peso corporal. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal que envolveu 127 indivíduos adultos (18 a 50 anos), com Índice de Massa Corporal – IMC variando de 26,3 a 35,6 kg/m2. Os DAS foram aferidos nas seguintes regiões anatômicas: menor curvatura (MC), ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela (PM), imediatamente acima do nível umbilical (NU) e imediatamente acima da crista ilíaca (CI). As avaliações antropométricas e as análises sanguíneas foram feitas no mesmo dia, com os voluntários em jejum de líquidos e de sólidos. A glicemia foi avaliada por ensaio enzimático-colorimétrico e a insulinemia por eletroquimioluminescência. A resistência insulínica foi avaliada pelo cálculo do índice homeostatic model assessment of insulin resistance – HOMA-IR. Resultados: Entre os homens, todas as regiões anatômicas de aferição do DAS mostraram correlação significativa e força de relação média com o índice HOMA. Em ordem decrescente de força encontram-se a MC (r2 = 0,455, P < 0,001), seguido do PM (r2 = 0,440, P < 0,001), da CI (r2 = 0,425, P < 0,001) e por último a NU (r2 = 0,423, P < 0,001). Em mulheres, nenhuma das regiões anatômicas se correlacionou significativamente com a RI (P > 0,050). Conclusões: Todas as regiões de aferição do DAS mostraram-se boas preditoras da RI em homens, mas não em mulheres, podendo as mesmas serem adotadas para a triagem dessa desordem em estudos populacionais. Apoio financeiro: FAPEMIG, CNPq, CAPES, BIOCLIN. |