Resumo |
Uma área de grande relevância na Oncologia são os cuidados paliativos (CP), definidos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, como a assistência prestada por uma equipe multidisciplinar para melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, por meio de ações que previnam e aliviem o sofrimento, além do controle de sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Um dos instrumentos utilizados em CP é a Escala de desempenho de Karnofsky, que avalia os pacientes de acordo com o grau de suas inaptidões ou deficiências funcionais e a Escala de Edmonton, que avalia os sinais e sintomas dos mesmos. O objetivo da pesquisa foi avaliar a aptidão na realização das atividades da vida diária em pacientes em CP oncológicos e identificar os principais sinais e sintomas apresentados por estes, no contexto da APS no município de Viçosa, MG. Resultados e Discussão: Foram inicialmente identificados 28 pacientes, dos quais apenas 6 estavam em CP. Para a análise dos dados procedeu-se às medidas da frequência absoluta e relativa. Com relação ao perfil, dos seis pacientes entrevistados, observou- se que a faixa etária foi de 41- 83 anos de idade, com predominância do sexo masculino e casados. O nível de escolaridade da maioria foi 1° grau incompleto; renda familiar de 1 a 4 salários mínimos, sendo a maioria praticante do catolicismo. Os diagnósticos encontrados foram: astrocitoma grau II, câncer de esôfago, estômago, próstata com metástase em pulmão, crânio e fígado (em homens) e ósseo (mulher). Com relação à capacidade funcional dos indivíduos entrevistados, avaliada pela Escala de Karnosfsky, os escores encontrados variaram de 90 (restrições leves em atividades físicas) a 40 (maior parte na cama; participa de atividades calmas), classificando-se a maioria no escore 60, denotando que os indivíduos estudados não possuíam independência completa e nem restrições plenas, estando aptos a realizar atividades de autocuidado, mas necessitando também de cuidados especiais. No que se refere à avaliação dos sinais e sintomas pela Escala de Edmonton, os principais achados foram: nível alto de dor, cansaço, sonolência, ansiedade e náusea (escores superiores a 5), e nível brando de apetite, falta de ar, de depressão e de bem estar (escores menores que 5). A necessidade de avaliação adequada dos diferentes aspectos dessa população deve-se à diversidade de efeitos secundários gerados pelo próprio câncer e pelos tratamentos propostos, associados à vivência do adoecimento, que inclui uma série de incertezas e limitações impostas pela doença e o tratamento. Conclusões: O conhecimento do perfil dos pacientes em CP oncológicos torna-se crucial tendo em vista o impacto que o diagnóstico de câncer causa em indivíduos e familiares, sendo necessário o delineamento de estratégias que minimizem as repercussões negativas desta doença, com destaque para o enfermeiro, profissional tão importante no manejo das necessidades dos indivíduos em CP. |