Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6037

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História, política e cultura
Setor Departamento de História
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Primeiro autor Walter Alves de Paula Neto
Orientador LUIZ LIMA VAILATI
Título As ferrovias na Zona da Mata Mineira: Cia Estrada de Ferro Leopoldina e Leopoldina Railway (1870-1930)
Resumo As ferrovias surgiram em Minas Gerais em um contexto político e econômico específico. Os primeiros trilhos na província de Minas Gerais pertenciam ao ramal da Estrada de Ferro Pedro II, que adentrou a província de mineira no último quartel do século XIX através da Zona da Mata, marcando o início da chamada “febre ferroviária mineira”. Apesar da pouca força política neste período, é na Zona da Mata que surge o maior número de concessões para ferrovias, devido, principalmente, o fato de esta ter se tornado, durante os últimos anos do império, a maior região produtora de café da província mineira. É na Zona da Mata que surge uma das maiores ferrovias de Minas, a Estrada de Ferro Leopoldina (EFL), além de outras como, por exemplo, a Estrada de Ferro União Mineira (EFUM) que, apesar de ter um objetivo comum, possuía um perfil destoante. A EFUM era uma empresa “majoritariamente” mineira, bancada pelo dinheiro do café dos Barões de Juiz de Fora; Santa Helena e S. J. Nepomuceno, enquanto a EFL possuía acionistas ligados ao comércio da Corte. Tais características, além da proximidade das áreas de interesse, foram responsáveis por disputas políticas entre as duas empresas. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi compreender como tais disputas aconteciam e quais eram os motivos que possibilitavam o ganho de causa para uma ou para outra empresa. Para tal, lançou-se mão de textos que discutiam a política, a economia e as ferrovias mineiras no século XIX. Com a leitura, chegou-se à constatação de que a política mineira do século XIX era marcada pelas relações de compadrio e familiares, que permeavam o governo durante o Império, tendo mais poder aquele que angariasse para o seu núcleo familiar mais títulos nobiliárquicos, escravos e influência política, explicando a influência política dos diretores da EFUM em relação ao cenário político mineiro. Além disso, foi feita a análise dos Relatórios de Presidente e dos Livros de Leis da província de MG, entre 1870 e 1889, das Atas e dos Anais, quando disponíveis, da Assembleia Legislativa Provincial de MG, entre 1869 e 1876, a fim de compreender os debates sobre as ferrovias na casa, da Coleção de Leis e Decretos do Império do Brasil entre 1850 e 1889, a fim de analisar a legislação sobre as ferrovias brasileiras. Por fim, foi feita análise de jornais e periódicos publicados na cidade do Rio de Janeiro entre 1869 e 1879, buscando levantar um perfil dos primeiros diretores da EFL, tentando ligar este perfil à influência política que estes poderiam exercer em favor de tal companhia. Tal levantamento apresentou os membros da diretoria como comerciantes, capitalistas e ligados à associações da Corte, ligando os a figuras conhecidas da política e da economia imperial. Com essas informações, o dito trabalho apresenta os resultados dos dois anos deste projeto, buscando auxiliar no debate sobre a história dos transportes na província de Minas Gerais e a atividade política da região durante o ultimo quarto do século XIX.
Palavras-chave Ferrovia, Zona da Mata, Relações de Poder
Forma de apresentação..... Oral
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