Resumo |
As algas são um grupo de organismos muito heterogêneo, mas que possuem a característica de realizar fotossíntese. Esses organismos também apresentam uma composição nutricional interessante, sendo ricas em proteínas, polissacarídeos estruturais (ficocolóides), vitaminas, minerais, baixas concentrações de lipídios e poucas calorias. A Gracilaria birdiae é uma alga do filo Rhodophyta muito abundante no nordeste brasileiro e possui uma composição nutricional importante sendo constituida de fibras alimentares pouco digeríveis pelo trato gastrointestinal que podem exercer também ação antioxidante no organismo. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do consumo de farinha de alga (Gracilaria birdiae) no perfil lipídico do tecido adiposo de ratos Wistar. Trata-se de um estudo exérimental e controlado com duração de 4 semanas. Foram utilizados 24 ratos Wistar divididos em 3 grupos com 8 animais cada. As dietas foram divididas em dieta controle; dieta com substituição parcial da fibra por farinha de alga (G50) e dieta com substituição total da fibra por farinha de alga (G100). A extração lipídica da farinha de alga e do tecido foram realizadas pelo método de FOLCH et al. (1957) e a esterificação das amostras foi realizada pelo método de HARTAMAN e LAGO (1973). A peroxidação lipídica foi mensurada por meio da determinação da medida das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico. Os dados foram submetidos ao teste Shapiro Wilk e posteriormente a análise de variância (ANOVA). A comparação das médias foi realizada pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade. O estudo foi conduzido segundo as Normas Brasileiras de Experimentação Animal e submetido ao Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Viçosa (nº do processo 24/2013). O perfil lipídico da farinha de alga (Gracilaria birdiae) revelou uma concentraçao maior de ácidos graxos saturados em relação aos monoinsaturados e poli-insaturados, destacando-se a presença majoritária do ácido palmítico (C16:0), 57,84% seguido dos ácidos mirístico (C14:0), 4,18% e esteárico (C18:0), 4,03%. O grupo G50 foi o grupo que apresentou maior concentração de ácidos graxos monoinsaturados principalmente de ácido oleico (C18:1n9), 44,12% no tecido adiposo. O grupo G100 apresentou maior concentração de ácidos graxos poli-insaturados sendo o ácido linoleico (C18:2n6) o principal constituindo quase 32% do total desses ácidos graxos. Além disso, o G100 apresentou menor presença de ácidos graxos com propriedades aterogênicas (19,42%) que o controle (24,67%) e o G50 (21,49%). A média de produção de malonaldeído no tecido adiposo foi menor no grupo G100. O consumo da alga Gracilaria birdiae parece influenciar positivamente a composição de ácidos graxos do tecido e possivelmente, a produção reduzida de malonaldeído no tecido adiposo se deve às suas propriedades antioxidantes. |