Resumo |
No decorrer do tempo o cunho florestal tornou-se um ponto essencial a ser abordado no meio acadêmico, principalmente após discussões sobre o futuro do planeta na dinâmica do desenvolvimento sustentável. A preocupação e consciência ambiental que vêm sendo discutida com maior ênfase nos últimos anos corrobora para que atualmente os estudos florestais estejam inseridos nos mais variados pontos do globo. Conhecendo-se a disponibilidade do ensino florestal e sua caracterização nos diversos países que o ofertam, nos é permitido inferir sobre as similaridades e disparidades de uma ciência florestal globalizada. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os aspectos do ensino florestal em dois países distintos, neste caso, Brasil e Espanha, analisando qualitativa e quantitativamente a estrutura acadêmica para a graduação de estudantes de Engenharia Florestal em ambos os países. Buscou-se o levantamento dos cursos de Engenharia Florestal existentes no território brasileiro e espanhol, assim como número de vagas ofertadas e a distribuição geográfica dos cursos em ambos os países. Os dados referentes aos cursos foram coletados nos portais eletrônicos oficiais dos governos do Brasil e da Espanha, além de consulta a universidades brasileiras e espanholas. Quanto ao Brasil, consultou-se a página virtual do Ministério da Educação e, quando à Espanha, o portal do Ministério de Educação, Cultura e Esportes do Governo espanhol, além de posterior pesquisa aos sites das universidades e contato direto com o corpo docente. O levantamento mostra que atualmente o Brasil possui 70 cursos de Engenharia Florestal ofertados por 61 instituições distintas, disponibilizando aproximadamente 4684 vagas anuais. A maioria das universidades é pública, gratuita, e apresenta o curso com duração média de 5 anos. Já a Espanha faz domínio de 19 cursos de Engenharia Florestal, sendo 14 deles estritamente florestais e os demais associados à dupla graduação, ofertados por 13 instituições de ensino que disponibilizam aproximadamente 1165 vagas por ano letivo. A maioria das instituições é pública, com taxas referentes aos estudos e geralmente com cursos de 4 anos de duração. O número de vagas e de cursos florestais no Brasil se mostrou aproximadamente 4 vezes maior que o ofertado na Espanha, enquanto o de instituições ofertantes se apresentou quase 5 vezes maior. Quase todos os estados brasileiros apresentaram curso florestal em atividade, enquanto no contexto espanhol este esteve presente nas maiores comunidades autônomas do país, ocupando a maior parte no território nacional. Constatou-se que na Espanha o curso é mais curto e com maiores flexibilizações, porém com maior custo quando comparado aos brasileiros, e que o Brasil, mesmo com números quantitativos superiores aos espanhóis, se mostrou defasado quanto ao número ideal de cursos de Engenharia Florestal para o ano de 2016. |