Resumo |
Estirpes de Staphylococcus aureus têm diferentes níveis de virulência o que reflete em sua capacidade de causar doença e na gravidade dos sintomas manifestados pelo hospedeiro. Entre os fatores de virulência importantes na patogênese bacteriana estão hemolisinas, que convertem o tecido hospedeiro em nutrientes necessários para o crescimento bacteriano, e exotoxinas, que têm efeito sobre células do sistema imune do animal. Esse trabalho investigou o potencial de virulência de S. aureus de origem bovina para entender os fatores bacterianos associados à manifestação de mastite subclínica. Bactérias isoladas de mastite subclínica persistente e não persistente foram avaliadas quanto à capacidade de promover a lise de hemácias de coelhos, das quais 90% foram consideradas hemolíticas. Quatro isolados foram considerados mais hemolíticos do que a referência usada, S. aureus ATCC 29213. A presença de genes que codificam as toxinas sei, seg, sej, sem, sen e seo foi avaliada pelo método do PCR. Visando diminuir os custos de extração de ácidos nucleicos de S. aureus, bactéria que possui uma parede celular espessa e rígida, testaram-se inicialmente diferentes protocolos de PCR de colônias. A ressuspensão das células de uma colônia isolada em tampão Tris-EDTA (TE) seguido por homogeneização e incubação a 98°C, para auxiliar na lise das células, mostrou-se o método mais eficaz. O gene mais prevalente foi sem, presente em 63,6% das estirpes, seguido pelos genes sen e seo presentes em 27,2% e 18,1% das estirpes, respectivamente. Os genes sei, seg e sej não foram identificados em nenhum dos isolados. Um total de 60% dos isolados possui um ou mais gene de virulência. O isolado 369/5, considerado muito hemolítico, foi o que mais apresentou genes de toxinas (sem, sem e seo), ao contrário de 302/4, também muito hemolítico, mas negativo para os genes investigados. Como a presença dos genes não implica necessariamente em sua expressão, a virulência in vivo dos isolados será avaliada e correlacionada com o potencial de virulência verificado in vitro. |