Resumo |
O sistema construtivo em alvenaria estrutural se constitui por blocos unidos por argamassa, preenchidos ou não por graute e armadura, formando elementos que resistem e transmitem as ações atuantes na estrutura até seus apoios externos. Assim, as propriedades dos componentes e a interação entre os mesmos influenciam significativamente o comportamento da alvenaria estrutural. Neste trabalho é investigada a influência das propriedades mecânicas da argamassa de assentamento na resistência à compressão, na deformabilidade e no modo de ruptura da alvenaria grauteada e não-grauteada, definindo propriedades adequadas para a execução segura e econômica do sistema construtivo. O programa experimental consistiu na produção de prismas de blocos de concreto unidos por argamassa de resistência à compressão de, aproximadamente, 40%, 70% e 110% da resistência dos blocos, na área líquida. Para cada composição de argamassa foram feitos lotes de prismas não-grauteados e lotes de prismas preenchidos com graute de resistência à compressão característica em torno de 15 MPa, valor próximo à resistência à compressão dos blocos, na área líquida. Determinaram-se a resistência à compressão característica, o módulo de deformação e o mecanismo de ruptura de cada prisma. Os resultados obtidos poderão auxiliar o projetista, de maneira simples e prática, na seleção das características apropriadas da argamassa de assentamento a ser empregada. Prismas não-grauteados com argamassas mais fracas e mais flexíveis romperam de forma dúctil, por esmagamento da junta, sob menores tensões. Prismas não-grauteados com argamassas mais fortes e rígidas romperam de maneira excessivamente frágil, por compressão nos blocos. Recomenda-se utilizar, para alvenaria não-grauteada, a resistência à compressão da argamassa em torno de 70% da resistência dos blocos na área líquida, para a qual a estrutura apresenta uma boa resistência à compressão, sem apresentar um mecanismo de ruptura significativamente frágil. O grauteamento aumentou consideravelmente a resistência à compressão e a rigidez dos prismas. A resistência à compressão da argamassa não influenciou de forma tão significativa a resistência à compressão dos prismas grauteados. Contudo, o mecanismo de ruptura apresentou-se dúctil ao se utilizar argamassas de menor resistência e frágil quando utilizadas as argamassas mais fortes. Portanto, entre os prismas grauteados, apresentaram-se mais eficientes aqueles produzidos com argamassa de resistência à compressão na faixa de 40% da resistência dos blocos na área líquida (71% da resistência dos blocos na área bruta), para a qual a alvenaria apresentou elevada resistência à compressão e demonstrou um mecanismo de ruptura dúctil. |