ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Pós-graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Artes, literatura e cultura popular |
Setor | Departamento de Letras |
Bolsa | CAPES |
Conclusão de bolsa | Não |
Primeiro autor | Katrícia Costa Silva Soares de Souza Aguiar |
Orientador | ANGELO ADRIANO FARIA DE ASSIS |
Título | A gloria na morte e a glória em vida: a morte como fazedora de vidas e de heróis em Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro |
Resumo | Este estudo propõe investigar a representação literária da história no romance Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, através da análise da morte como desencadeadora das ações principais do romance e criadora de heróis no enredo, buscando entender a justificação ideológica dessas mortes, seus desdobramentos na narrativa e seu caráter simbólico e historiográfico. Isso porque, nesse romance, a morte representa o começo, a renovação e a possibilidade de renascimento, pois vai além do rito de passagem do vivo para o mundo dos mortos, mas uma passagem dos mortos – e algumas vezes também dos vivos – para outro patamar: o do heroísmo. Porém, este trabalho não se delimitará a pautar os eventos históricos referenciados na obra, a perspectiva intenta ser mais ampla; afinal, para se analisar um processo de visitação, releitura e reescrita do discurso historiográfico, é indispensável o conhecimento dessa história. Problematizando questões sociais e históricas, o romance Viva o povo brasileiro não se limita a projetar uma imagem estável da sociedade e da história do Brasil. João Ubaldo Ribeiro vai mais além, propõe uma reflexão mais ampla sobre a formação sócio histórica do país e sobre sua memória cultural, ao apresentar uma multiplicidade de pontos de vista sobre o sujeito nesse seu romance. Deste modo, com seu caráter ficcional, essa narrativa discute desde valores, culturas, fantasias, medos e variados sentimentos do ser humano, até acontecimentos históricos ocorridos na sociedade brasileira, mas a partir de diversas perspectivas, apresentando diferentes versões desses fatos através de diferentes vozes. E assim, ao narrar uma transfiguração da história do Brasil através de um texto polifônico, fragmentado, descontínuo e ambíguo, o escritor lança um olhar crítico sobre o país, questionando os poderes instituídos. Assim, o referencial teórico que embasa as análises desse trabalho, consiste, principalmente, em discussões sobre a relação literatura e história evidenciada por Coutinho (2008) e Freitas (1986); na esteira teórica de Kristeva (1969) e White (1994) a respeito da ficcionalidade na história e na literatura; nos pressupostos Benjamin (1987) e Pesavento (2002) acerca da história e do historiador; na abordagem teórica da relação triádica real/fictício/imaginário proposta por Iser (2002); nos postulados de Bakhtin (1997) sobre o discurso polifônico, e, finalmente, no conceito de morte discutido por Hertz (1970) e Rodrigues (1975 e 2006). Desse modo, tendo em vista que a morte é a dimensão essencial e inerente à existência do ser humano – o que mais o peculiariza como mortal, como a própria denominação dá entender, uma vez que a consciência do estar vivo só é possível pois existe a consciência da morte –, discutir a morte seria, por consequência, discutir o homem, sua existência, sua história, suas crenças e conflitos. Enfim, seria discutir a história humana, um meio de aprofundar a compreensão sobre a própria vida. |
Palavras-chave | LITERATURA, HISTÓRIA, MORTE |
Forma de apresentação..... | Oral, Painel |