Resumo |
Miridae, com 11.139 espécies descritas, é a maior família da subordem Heteroptera (Hemiptera). A família apresenta distribuição cosmopolita, ocorrendo em todas as regiões biogeográficas do planeta. No Brasil, a espécie Collaria oleosa é considerada praga potencial da cultura de trigo, apresentando importância econômica em função dos danos causados. Também tem sido registrados danos nas culturas de cevada, aveia e espécies de forrageiras. Adultos e ninfas de C. oleosa, ao inserem o estilete bucal na epiderme da folha para sugar a seiva, ocasionam o ressecamento parcial ou total do limbo foliar, comprometendo assim o rendimento e o valor nutricional da planta. Embora C. oleosa seja considerada uma praga de importância agrícola, aspectos de sua biologia ainda são poucos conhecidos. Desta maneira o objetivo deste estudo foi descrever a morfologia do sistema reprodutivo do macho de C. oleosa com o intuito de levantar informações que possam ser úteis para estudos de controle dessa praga. Machos de C. oleosa foram coletados com a técnica de rede entomológica de varredura no campus da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa - MG, Brasil, no mês de Junho de 2016. O sistema reprodutivo masculino de alguns indivíduos foi dissecado em tampão fosfato de sódio 0,1 M pH 7.2, fixado em glutaraldeído a 2,5% por 2 h, desidratado em série alcoólica, embebidos em resina Epon e, por fim, transferidos para lâminas histológicas em uma gota de Epon e fotodocumentados em microscópio de luz Olympus BX-60. Através do presente estudo foi possível identificar que o sistema reprodutivo masculino de C. oleosa é composto por um par de testículos alongados, cada um com dois folículos envolvidos por uma capsula testicular com pigmentação verde. Cada testículo se abre em um duto deferente comprido, o qual tem a extremidade posterior dilatada, formando a vesícula seminal, onde ficam armazenados os espermatozoides até a cópula. As duas vesículas seminais desembocam no bulbo ejaculatório, no qual também desembocam dois distintos pares de glândulas acessórias tubulares. A morfologia do sistema reprodutor de C. oleosa é bastante semelhante aquele das outras poucas espécies de Miridae estudadas. Ainda, quanto ao número de componentes presentes nele, é semelhante aos sistemas reprodutores masculinos de Heteroptera em geral. Contudo, as variações morfológicas observadas nos seus componentes são suficientes para, no conjuntos, diferencia-lo daqueles de outras famílias de Heteroptera, por exemplo, no número e tamanho dos folículos testiculares e no formato das glândulas acessórias. |