Resumo |
INTRODUÇÃO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) tem elevada prevalência e baixas taxas de controle, sendo considerada um dos mais importantes problemas de saúde pública. Contudo, percebe-se que o tratamento e controle, estão diretamente relacionados ao estilo de vida e à adesão à terapia medicamentosa, fazendo com que os sujeitos hipertensos sejam responsáveis pelo autocontrole de sua saúde. Diante desta realidade, verifica-se que o diagnóstico de enfermagem autocontrole ineficaz da saúde é um problema identificado no controle à HAS, sendo necessário conhecer os fatores relacionados (FR), ou seja as causas, e as características definidoras (CD), os sinais e sintomas, presentes neste perfil de pacientes. OBJETIVOS: Identificar as CD e os FR do diagnóstico de enfermagem autocontrole ineficaz da saúde em pacientes portadores de HAS. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório transversal, realizado nas Unidades Básica de Saúde dos bairros Nova Viçosa e Silvestre na cidade de Viçosa-MG. Participaram do estudo 90 sujeitos hipertensos de ambos os sexos, maiores de 18 anos, atendidos no período de março de 2015 a maio de 2016. Para a coleta de dados foram realizadas consultas de enfermagem com os participantes mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e esclarecido, em que foram coletados dados da anamnese e exame físico dos pacientes. Após foi realizado o processo de inferência diagnóstica e, posteriormente, a construção de um banco de dados no Microsoft Excel® com a frequência do diagnóstico autocontrole Ineficaz da saúde e suas CD e FR. Os dados foram analisados de forma descritiva. O estudo obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (CAAE nº 44785915.7.0000.5153). RESULTADOS: Entre os pacientes que compuseram a amostra a maioria era do sexo feminino (64%), da raça branca (48%), com idade entre 66 a 79 anos (45%) e ensino fundamental incompleto (51%). O diagnóstico autocontrole ineficaz da saúde foi identificado em 74% dos pacientes, tendo as CD: falha em incluir regimes de tratamento à vida diária (38%); expressão de dificuldade com os regimes prescritos (20%); escolhas na vida diária ineficazes para atingir as metas de saúde (19%); falha em agir para reduzir fatores de risco (14%); expressão de desejo de controlar a doença (7%). E, como FR: complexidade do regime terapêutico (38%); déficit de conhecimento (29%) barreiras percebidas (14%); demandas excessivas (8%); regime (4%); complexidade do sistema de atendimento de saúde (4%); conflitos de decisão (4%); impotência (4%); dificuldades econômicas (3%); déficit de apoio social (2%); padrões familiares de cuidados de saúde (2%); susceptibilidade percebida (2%); conflito familiar (1%) e número inadequado de indícios à ação (1%). CONCLUSÃO: Percebe-se a importância de medidas de educação em saúde aos portadores de HAS, visto que o diagnóstico autocontrole ineficaz da saúde é passível de modificação. |