Resumo |
A importância da malha rodoviária brasileira para a economia e o desenvolvimento do país é indiscutível. Sabendo-se que as vias pavimentadas constituem o mais expressivo meio de transporte nacional, a busca por pavimentos de boa qualidade e durabilidade se faz justificável. No presente trabalho avaliou-se o comportamento mecânico de misturas betuminosas a quente, partindo-se da premissa de que estas, quando submetidas a um rígido controle de dosagem, apresentam alta qualidade. Para garantir a utilização de materiais adequados à mistura, os agregados e o ligante foram devidamente caracterizados. Após a caracterização dos agregados, foi feita a escolha da faixa de trabalho contida na norma DNIT 031/2006-ES. Optou-se pela faixa C (faixa intermediária entre misturas abertas e densas). Em função da granulometria dos agregados, empregou-se o método Rothfuchs com o objetivo de se obter uma indicação da participação percentual em peso de cada agregado na mistura para atender à faixa de trabalho selecionada. Após aplicar o método, realizou-se novamente o ensaio de granulometria para verificar se as porcentagens encontradas enquadraram-se na faixa C. O ligante utilizado foi o CAP 50/70 e seguiu-se a metodologia de dosagem Marshall, sendo estudados quatro teores de ligante (4,2%; 4,9%, 5,6% e 6,3%) compactados a uma energia de 75 golpes por face. Após o resfriamento, desmoldagem dos corpos de prova (CPs) e cálculo dos parâmetros volumétricos, partiu-se para escolha do teor de projeto. Por meio de uma média aritmética com os teores correspondentes aos valores máximos da estabilidade Marshall, massa específica aparente e volume de vazios definiu-se 4,75% como teor de projeto. Este valor gerou um volume de vazios (Vv) de 3%, uma relação betume-vazios (RBV) de 80% e uma estabilidade de 520 kgf; atendendo aos requisitos volumétricos de dosagem da ES 031 (DNIT, 2006). Posteriormente, foram moldados CPs no teor de projeto e com 4,2%; 4,9%, 5,6% do ligante, nos quais foi executado o ensaio de tração por compressão diametral, sendo obtidos valores próximos ao mínimo especificado (0,65 MPa). O CP no teor de 4,75% apresentou um resultado de 0,62 MPa, um valor na mesma ordem de grandeza do mínimo. Segundo Bernucci et al. (2008), para misturas à quente valores típicos de resistência à tração encontram-se entre 0,5 MPa e 2,0 MPa e à medida que as misturas asfálticas envelhecem na pista, o valor da resistência à tração aumenta. Uma vez que o valor encontrado para a resistência a tração por compressão diametral está de dentro do intervalo de valores típicos apresentados na literatura, que os requisitos de dosagem foram atingidos e que a resistência à tração tende a aumentar com o tempo, logo avaliou-se o valor adotado para o teor de projeto como sendo satisfatório. |