Resumo |
Pesquisas recentes mostram que o café arborizado tem se tornado uma opção viável e sustentável de produção, diminuindo a dependência por insumos externos, favorecendo a conservação de recursos naturais como água, solo e biodiversidade, prolongando o ciclo de maturação dos frutos produzindo um café de melhor qualidade, protegendo da alta radiação e contribuindo para a diversificação da produção. Objetivou-se avaliar cultivares de café com potencial para o cultivo convencional arborizado. O experimento foi instalado no Campo Experimental Vale do Piranga da EPAMIG, localizada no município de Oratórios, MG. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso, com 22 cultivares e três repetições. As parcelas foram constituídas de 7 plantas, com espaçamento de 0,7 x 3,6 m, entre plantas e fileiras, respectivamente. Plantaram-se bananeiras nas linhas dos cafeeiros espaçadas em 11,80 m e abacateiros nas extremidades da área experimental espaçados em 25 x 25 m. As adubações foram realizadas com adubo químico em base nas analises de solo e a necessidade da cultura. Em 2016, foram avaliadas as seguintes características agronômicas: vigor vegetativo, com notas variando de 1 a 10; severidade de ferrugem (Hemilea vastatrix), com notas de 1 a 5; severidade de cercosporiose (Cercospora caffeicola), atribuindo notas de 1 a 5; intensidade de seca de ponteiro, com notas de 1 a 4; severidade do ataque de bicho-mineiro, com notas variando de 1 a 5; produtividade em sacas de 60kg de café beneficiado/ha (scs/ha) e porcentagem de frutos com lojas vazias. As cultivares apresentaram diferenças significativas para as duas ultimas características avaliadas. Quanto à severidade de ferrugem, as cultivares apresentaram desde ausência até poucos sintomas. Enquanto para a severidade de cercosporiose e intensidade de seca de ponteiro, as cultivares apresentaram de leve a moderados sintomas. Todas as cultivares apresentaram poucas lesões nas folhas em relação à severidade do ataque de bicho-mineiro. A média geral do vigor vegetativo foi baixa, o que pode ser atribuído em parte as incidências de cercosporiose e seca de ponteiro. As cultivares foram classificadas em três grupos quanto a produtividade, sendo o mais produtivo com media de 30,47 scs/ha , superior a média da Zona da Mata Mineira, estimada em 23 scs/ha. Em relação à percentagem de frutos com lojas vazias, as cultivares formaram duas classes, uma com valores abaixo de 10% e composta pela maioria das cultivares, e a outra formada por quatro cultivares, que apresentou média de 18%. Esse elevado valor influencia diretamente sobre o rendimento e pode estar associado a um possível controle genético. Com base nas avaliações iniciais as cultivares IBC Palma 1, Obatã IAC 1669-20 e Catucaí Amarelo 2 SL apresentam potencial para o cultivo convencional arborizado. Agradecimentos ao Consórcio Pesquisa Café e a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo apoio financeiro do projeto e pelas bolsas concedidas. |