Resumo |
O maracujazeiro azedo (Passiflora edulis Sims) apresenta grande importância comercial, é classificado como alógama com autoincompatibilidade homomórfica esporofítica. Para que o melhoramento da cultura seja efetivo, é necessária a existência de variabilidade genética. O objetivo desse estudo foi estimar a diversidade genética entre e dentro de populações melhoradas de maracujazeiro azedo. Foram analisados 23 genótipos, subdivididos em cinco populações com número variável de famílias. O plantio e os tratos culturais para todos os acessos foram realizados de acordo com as recomendações da cultura. Foi utilizado delineamento em blocos ao acaso com três repetições, quatro plantas por parcela e avaliados os seguintes caracteres: altura de planta, diâmetro do caule, bacteriose, verrugose, massa do fruto, comprimento do fruto, diâmetro do fruto, massa da polpa, espessura da casca, sólidos solúveis totais, massa da casca, rendimento de polpa e acidez titulável. Foi realizada análise de variância dos caracteres utilizando o teste F, ao nível de 5%. Os dados fenotípicos foram transformados em valores genotípicos através do modelo misto RML/BLUP via integração dos softwares GENES e Selegem. Posteriormente, foi aplicada a metodologia proposta por Excoffier et all (1992) para análise de diversidade. Os valores genéticos foram agrupados em dois níveis hierárquicos e seus componentes de variância, testados a partir da estatística phi (Φ) associada a ST. Testou-se a hipótese de diferenciação das populações e seus componentes de famílias. A partir da estruturação da variabilidade genética, foi obtida uma estimativa global de ΦST = 0,1369 (P < 0,00001, com 5.000 permutações). Dessa forma, 13,69% da variação total se encontrou entre e 86,31% dentro de populações. Esse resultado se deve provavelmente à autoincompatibilidade homomórfica esporofítica apresentada pela cultura, que limita o processo de polinização a plantas de diferente constituição genética para os alelos de incompatibilidade, aumentando o polimorfismo e consequentemente, a variabilidade genética dentro de populações. Conclui-se que as populações apresentam variabilidade genética e que é possível praticar seleção de genótipos entre e dentro das populações estudadas. A alta magnitude da variabilidade observada dentro de populações permite ao melhorista formar população base para a seleção recorrente. |