Resumo |
O presente resumo apresenta a experiência realizada com professores e professoras de uma escola pública de Viçosa, sobre gênero e sexualidade. Esta faz parte do projeto de extensão Corpo, Gênero e Sexualidade: formação e educação sexual para educadores/as e educandos/as, financiado pelo Pibex/UFV. O objetivo é formar um grupo destinado aos/às educadores/as da rede pública abordando temas relativos à educação sexual, e por meio de oficinas favorecerem a aproximação com a temática entre estudantes e professores/as da universidade e educadores/as e educandos/as participantes da ação extensionista. Em um primeiro momento foram realizadas leituras sobre a temática para que pudéssemos conhecer a literatura da área e nos apropriarmos dos discursos. Posteriormente às leituras iniciais, foi desenvolvida a primeira oficina, onde professores/as puderam dialogar sobre a temática, opinando e colocando suas questões. A pergunta disparadora desse primeiro encontro foi: “Qual dificuldade, os professores encontram para trabalhar gênero e sexualidade em sala de aula?’’. As respostas foram muito parecidas em alguns aspectos. Disseram não saber o que\como trabalhar, citaram despreparo para a temática, questões religiosas e conflitos com a família dos alunos que esse tema pode gerar. Algumas falas chamaram bastante atenção como, por exemplo, “fui educada de maneira diferente, preciso atualizar minhas interrogações antes de levar isso pra sala de aula”. Neste momento do diálogo uma professora da o exemplo que seu aluno (menino) foi de batom vermelho para a escola e ela pensa que meninos não pode usar batom, porque os outros vão criticar, é sentiu-se afrontada diante a situação. E completou contando o que disse: “menino não usa batom, e já que nem as meninas usam, vou pedir para as outras crianças zombarem da cara dele, pois na sala de aula não é lugar disso”! Situações como essas mostram um pouco do posicionamento dos professores, e a diferença entre/dos compassos entre professores/as e alunos/as. Isso porque quando ensinamos, usamos as redes que nos fazem. É preciso entender que a sexualidade faz parte da composição dos corpos, independente da idade. E, por mais que educadores/as tentem negar as dimensões da sexualidade no ambiente escolar, ela é protagonizada em conversas na sala de aula, nos namoros pelos corredores, nos bilhetes, nas pichações, nas escritas nos banheiros, etc. Isso porque a sexualidade faz parte da composição do nosso corpo. |