Resumo |
INTRODUÇÃO: a implementação de pastagens pode ser considerada prática conservacionista-vegetativa de controle da erosão, devido a proteção que gramíneas proporcionam ao solo. No entanto, caso a cobertura vegetal da pastagem esteja degradada, a cultura pode tornar-se danosa ao sistema e reduzir a infiltração da água no solo, assim como elevar a erosão e, consequentemente, levar a problemas ambientais associados. OBJETIVOS: Diagnosticar o estado de conservação das pastagens em 10 microbacias hidrográficas pertencentes à região sul da bacia do rio Doce. MATERIAIS E MÉTODOS: foram fornecidos, pelo GPRH-DEA-UFV, mapas de uso e ocupação do solo de 10 microbacias, juntamente com imagens Landsat 8 (resolução espacial de 30 metros), que cobrisse toda a área de estudo, sendo utilizadas as bandas de reflectância de superfície do espectro do vermelho e do infravermelho próximo para compor o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) o qual se correlaciona com o percentual de cobertura vegetal. Sobre as áreas de pastagem, a imagem NDVI foi classificada em oito níveis distintos e em ordem decrescente de degradação, sendo o nível I o mais degradado e o nível VIII o menos degradado. Considerou-se que para valores de NDVI menores que 0,32 e superiores a 0,77 a pastagem é classificada como nível I e nível VIII, respectivamente, sendo os níveis de II a VII delimitados por separação direta dos valores de NDVI entre 0,32 e 0,77 em intervalos de mesma amplitude numérica. Para a adoção desses valores de corte, houve calibração em campo, a partir de dados sobre todos os níveis de degradação, devidamente coletados e registrados em formulário técnico, também desenvolvido pelo GPRH, além de bibliografias consultadas. Os níveis de degradação da pastagem adotados foram: nível I – severa (solo exposto); nível II – intensa; níveis III e IV – moderada; nível V – leve; nível VI – pastagem conservacionista; nível VII – regeneração natural inicial (capoeira); e nível VIII – regeneração natural em estado avançado (capoeirão). Todo o processamento digital foi realizado no software ArcGis 10.2.1. RESULTADOS: A área analisada total foi de 5.478,6 hectares, sendo identificados todos os níveis de degradação para cada bacia. A distribuição da área por níveis foi: 1,73% nível I, 4,59% nível II, 13,15% nível III, 24,71% nível IV, 27,87% nível V, 18,35% nível VI, 7,94% nível VII e 1,66 nível VIII. Os níveis médios de degradação encontrados para a área foram de 3,97, considerando a média ponderada das pastagens de nível I a VI (90,41% da área); e 4,67, considerando também os níveis VII e VIII (áreas abandonadas). CONCLUSÕES: A pastagem para a região estudada apresenta-se, em média, moderadamente degradada. Dessa maneira, são necessárias medidas de recuperação, para que não haja depauperamento da qualidade do solo, com consequente comprometimento da disponibilidade hídrica na região sul da bacia do rio Doce. |