Resumo |
O estudo químico de plantas, sobretudo daquelas pertencentes à flora brasileira, constitui-se numa estratégia economicamente importante para o futuro da indústria farmacêutica, além de servir como direcionador do desenvolvimento sustentável do país. Atualmente, tem-se verificado um grande avanço científico envolvendo os estudos químicos e farmacológicos de plantas medicinais que visam obter novos compostos com propriedades terapêuticas. Logo, é crescente a conscientização em torno do grande potencial benéfico que os compostos naturais trazem aos seres vivos, principalmente no que diz respeito ao controle da mastite bovina. Neste contexto, a mangueira (Mangifera indica) figura entre as angiospermas tropicais de maior expressão medicinal, sendo diferentes partes desta planta exploradas com diversas finalidades terapêuticas, como no tratamento da dor, artrite, infecções cutâneas e parasitárias, apresentando um amplo espectro de atividades biológicas importantes. Isso se dá pelo fato deste gênero ser possuidor de uma grande diversidade de metabólicos biologicamente ativos e, entre os compostos bioativos presentes no extrato da Mangifera indica, destaca-se a mangiferina (1,3,6,7-tetrahidroxixantona-C2-beta-D-glicosídeo), uma glicosil xantona presente em uma vasta gama de vegetais superiores e possuidora de uma grande variedade de propriedades farmacológicas. O extrato etanoico bruto da espécie em questão foi então purificado, adaptando os métodos já conhecidos de extração. Após a obtenção da mangiferina purificada, modificações estruturais de acilação e prenilação foram realizadas com a finalidade de se determinar o potencial antifúngico. Adicionalmente, foi determinada a estrutura química dos mesmos por diversos métodos espectrométricos (RMN e IV). Nesse sentido, este trabalho teve por objetivo isolar e purificar o polifenol mangiferina extraída das cascas do caule de Mangifera indica; obter seus derivados semissintéticos; avaliar a capacidade antifúngica dos princípios ativos da xantona mangiferina assim como dos derivados obtidos e fazer estudos da relação estrutura-atividade dos mesmos. Quanto às propriedades antifúngicas, nas concentrações avaliadas, as mangiferina não demonstrou atividade significativa frente ao fungo Sclerotinia sclerotiorum. Os derivados obtidos ainda serão testados e novos compostos serão propostos a fim de melhorar a atividade em relação composto de partida, ao mesmo tempo que novos alvos poderão ser sugeridos, constituindo em compostos inéditos na literatura. |