Resumo |
A qualidade das mudas de mangueira produzidas no Brasil é um dos obstáculos encontrados para a instalação de pomares comerciais, que visam suprir as necessidades do mercado crescente da fruta. A maioria dos viveiristas produtores de mudas frutíferas no Brasil, são agricultores familiares, que dispõem de pequenas áreas, pouca tecnologia e, muitas vezes, nenhuma assistência técnica. O objetivo desse estudo é comparar a eficiência das submodalidades, tipos e subtipos de enxertia na propagação das mudas da mangueira, avaliando a influência dos garfos obtidos do ápice e da porção intermediária de ramos do ano e do ápice de ramos que frutificaram no ano anterior, no tempo e na qualidade do desenvolvimento da muda. O ensaio contou com 18 tratamentos selecionados dentro das enxertias preconizadas para a cultura da mangueira, 12 na modalidade garfagem e 6 na modalidade borbulhia. As enxertias foram realizadas a uma altura média de 40 cm, enquanto os porta-enxertos se encontravam com um tamanho médio de 1 metro de altura. As variáveis analisadas foram, porcentagem de pegamento do enxerto; média do número de brotações; média do tamanho das brotações e arquitetura final da muda. Os tratamentos T1, T2, T7, T9, T10, T11 e T12, na modalidade garfagem e os tratamentos T13 e T16, na modalidade borbulhia, demonstraram resultados positivos e podem ser indicados para serem utilizados pelos agricultores viveiristas. Os tratamentos T1, T2 e T7 emitiram maior número de ramos no enxerto, mostrando ser mais eficientes, formando a arquitetura adequada da muda, em menor tempo. Os tratamentos T9, T10, T11 e T12 manifestaram maiores tamanho e vigor de ramos emitidos do enxerto, o que possibilita, através da realização de podas de formação, formar uma muda vigorosa e com a arquitetura dentro dos padrões preconizados. Além disso, esses tratamentos são colocados como alternativa para os viveiristas, uma vez que possibilita utilizar a parte mediana dos ramos do ano, aumentando o rendimento do material propagativo disponível e diminuindo a mão-de-obra necessária no viveiro. Os tratamento T13 e T16, são os únicos representantes da modalidade borbulhia que, segundo os resultados desse ensaio, são equivalentes a modalidade garfagem. A modalidade borbulhia apresenta algumas vantagens, a sua utilização possibilita diminuir a área necessária para a implantação dos matrizeiros, já que apresenta maior rendimento de material propagativo, além de diminuir os custos com insumos e mão-de-obra nos viveiros. A propagação vegetativa da mangueira precisa ser melhor estudada e as técnicas de enxertia necessitam de aprimoramento na busca de aumentar a eficiência na produção de mudas de mangueira. |