Resumo |
Como parte das atividades da disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio, esta pesquisa buscou refletir sobre as questões de gênero e sexualidade pela/na escola. O respaldo são as discussões sobre gênero e sexualidade nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997-1999). Já na Constituição Brasileira de 1988, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e no Plano Nacional de Educação (PNE: 2011 – 2020), que, apesar de não fazerem menções diretas em relação ao debate de gênero e sexualidade, revelam tópicos que tangenciam a inserção do mesmo nas escolas e permitem inferir que as diferenças devem ser respeitadas, inclusive incluídas para serem reconhecidas. O PCN (1997) é o documento que deixa mais visível a abordagem quando coloca que a Orientação Sexual pode ser feita por qualquer educador/a, sendo estas situações propícias para um/a educador/a de qualquer área interferir no debate, desde que se sinta preparado para isso. Amparados pela Legislação e pelos estudos de Louro (2003, 2010), e Freitas (2014), realizamos uma pesquisa sobre a temática, de forma a também nos embasar para a abordagem na escola. Assim, por meio de questionário aplicado a alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e 2º ano do Ensino Médio, além de entrevistas semiestruturadas a professores de uma escola pública de Araponga/MG, buscamos entender como esta escola se encontra no que se refere a este debate. As perguntas se relacionaram as questões sobre gênero e sexualidade abordados no currículo escolar, abordagem da temática na família, homofobia, dentre outros. Os resultados apontam que ao contrário do que propõem as leis e o PPP da escola, a abordagem do tema ‘Gênero e Sexualidade’ não tem sido trabalhada (pelo menos, satisfatoriamente) dentro da escola. Isso, porque, nem mesmo os profissionais têm clara a existência dessas leis e o que, de fato, seja o gênero e a sexualidade, menos ainda o que se deve trabalhar a respeito desse tema. No questionário aplicado aos alunos, verificamos que 78% presenciaram a abordagem do tema de Educação Sexual na escola, mas demonstram pouco ou nenhum conhecimento sobre o assunto. Acerca da diferença entre gênero e sexualidade, apenas 30% afirmaram existir diferença entre tais questões. Porém, quando questionados, 85% dos alunos responderam que a escola devia se envolver em projetos sobre sexualidade e a grande maioria dos alunos (85%) compartilham a vontade de saber mais acerca do gênero. Quanto aos professores, todos/as demonstraram não compreender os conceitos sobre os quais foram questionados e, portanto, não conseguiram discorrer sobre o assunto. Apesar disso, todos concordam que seja necessário que a escola trabalhe com esses temas, para que a formação do cidadão seja completa. Desta forma, podemos concluir que, no que se refere à temática Gênero e Sexualidade, temos ainda um longo caminho no sentido de desmistificar preconceitos e formar para a cidadania. |