Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 5613

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Literatura comparada
Setor Departamento de Letras
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Francyane Canesche de Freitas
Orientador ANGELO ADRIANO FARIA DE ASSIS
Título O circo se repete: Saramago e a universalização da História
Resumo Este trabalho visa compreender a complexa relação entre Literatura e História na obra Ensaio sobre a Lucidez, do escritor português José Saramago. Para realizar esta pesquisa partimos de duas declarações do próprio autor no Jornal de Letras, Artes & Ideias, a primeira de que “o historiador é um selecionador” e a segunda de que “a tarefa do romancista é a de substituir o que foi pelo que poderia ter sido”. Traçamos a partir destas afirmações um percurso histórico sobre o processo através do qual as duas áreas se aceitaram como mutuamente complementares e compreenderam que ambas consistem em “sistemas de significação através dos quais damos sentidos ao passado” (HUTCHEON, 1991, p.122). Para este percurso, nos valemos dos estudos de Roani (2010) e Reis (2012) que retratam os momentos através dos quais a História e a Literatura passaram até se entenderem como narrativas; os de Marinho (2008) que expõem o momento no qual a Literatura percebeu que poderia valer-se da História para trazer à tona o que poderia ter acontecido e os de Carr (2002) que tratam do caráter selecionador do historiador. Em seguida, entramos no campo da representação do real, buscando compreender como Saramago, em Ensaio sobre a Lucidez (2004), joga com as coordenadas do tempo e do espaço para construir uma História metamorfoseada que representa ao mesmo tempo diversos fatos históricos, uma vez que sua proposta, neste segundo ciclo de obras, é construir uma literatura universalizante. Assim, a História adquire um caráter menos palpável, uma vez que não se apresenta sob a forma de eventos históricos datados, fornecendo ao seu mundo fictício a capacidade de moldar-se a diversos mundos reais. Nestas construções, Saramago brinca com as representações, ampliando as possibilidades de identificação e exigindo maior participação do leitor em sua obra. Para essa análise, nos baseamos em diversos autores como Huyssen (2000), Magalhães (2002) e Hutcheon (1991) para tratarmos da representação do sujeito pós-moderno e do mundo globalizado; Burke (2000) no que tange à amnésia social; Ginzburg (2007) auxiliando-nos na temática de que os fatos históricos estão fadados a se repetirem e Arendt (1989) fornecendo base para entendermos a presença de atitudes totalitárias na cidade fictícia.
Palavras-chave História, Literatura, Pós-Modernidade
Forma de apresentação..... Painel
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