Resumo |
A flor preta, ou podridão floral do morangueiro é uma doença de ocorrência generalizada em todas as regiões onde se cultiva morango, e é causada pelo fungo Colletotrichum acutatum, que além de infectar flores, causa sintomas em frutos, pedúnculos, folhas, meristemas apicais e parte superior do rizoma. Os principais sintomas da doença são lesões escuras que se iniciam no cálice e, posteriormente, atingem o botão ou a flor, tornando-os secos, mumificados e de coloração castanho escura. A estratégia de manejo mais empregada da flor preta do morangueiro é a aplicação de fungicidas, visto que a maioria dos genótipos cultivados é suscetível. No entanto, o controle químico tem se mostrado ineficiente em diversas situações, constituindo um sério problema. Diante do exposto, esse trabalho tem por objetivo avaliar a sensibilidade de isolados de C. acutatum coletados em diferentes regiões produtoras a fungicidas utilizados no Brasil. A sensibilidade destes isolados aos fungicidas procimidona, dicarboxamida e benzimidazóis será avaliada usando o método de crescimento micelial em placas de Petri com o meio de cultivo BDA. Os fungicidas serão empregados nas seguintes concentrações: 0; 0,01; 0,1; 1; 10; 100; 1000; 10000 ppm. Um disco de micélio do fungo será colocado no centro das placas de Petri e em seguida incubado e mantido a 22 oC. O diâmetro da colônia será aferido com o auxílio de paquímetro digital após sete dias de crescimento. Todos os isolados de C. acutatum mostraram-se insensíveis ao tiofanato-metílico e ao iprodiona (100%), e sendo que 97,8% foram insensíveis ao procimidona. Assim, os fungicidas do grupo dicarboxamida apresentaram número de casos de insensibilidade semelhante ao grupo dos benzomidazóis. Muitos isolados indicaram resistência múltipla frente aos fungicidas. Portanto, o fungo C. acutatum se mostrou insensível aos três fungicidas, necessitando-se da conscientização dos produtores no uso dos produtos, além do registro de novos fungicidas para o manejo da doença. |