Resumo |
Introdução: A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) consiste na passagem frequente do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes, resultando em um espectro de sintomas com ou sem lesão tecidual no esôfago, laringe, orofaringe e no trato respiratório. Objetivo: Associar a presença da doença do refluxo gastroesofágico com o tipo de aleitamento e o estado nutricional de lactentes do município de Viçosa (MG). Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado em Viçosa-MG, no setor de imunização da Prefeitura Municipal de Viçosa. Foram avaliadas 276 lactentes, entre 1 e 12 meses de idade, no período de agosto de 2012 à julho de 2013. Os dados foram compilados em um banco de dados utilizando software Microsoft Excel 2010®. As análises descritivas foram realizadas no Software Stata (versão 9.1).Para variáveis qualitativas foi utilizado o teste de qui quadrado de Pearson e o Teste de Exato de Fisher. Para todos os testes foi utilizado o pacote estatístico SPSS Statistics 20 e adotado o nível de significância de 5% (α=0,05).Resultados: A prevalência de DRGE foi de 19,57% (n=54), sendo que 59,26% (n=32) ocorreram nas crianças do sexo masculino. Foi encontrado uma maior prevalência de aleitamento materno complementado com 40,20% (n=111), seguido por aleitamento materno artificial 20,30 (n=56) e aleitamento materno exclusivo 18,12% (n=50). A maioria das famílias pertencia à classe C1 com 34,55% (n=95), seguida por 22,55% (n=62) nas classes B2 e C2. A média da escolaridade das mães foi de 9,48 anos de estudo (desvio padrão 3,27). Não foi encontrada associação estatisticamente significante entre escolaridade materna e classificação socioeconômica com a DRGE.A média de tempo que a criança permaneceu na posição ereta após amamentação foi de 42,72 minutos e não foi encontrada relação significante com a doença. A maioria das crianças foi classificada com eutrofia (IMC\idade com 96,07% e Peso\idade com 97,24%) e adequadas na classificação de comprimento\idade (92,23%). Não foi encontrada associação estatisticamente significante entre DRGE e IMC\idade (p=0,526); peso\idade (p=0,844) e comprimento\idade (p=0,865). Analisando a relação entre DGRE e os tipos de aleitamento, foi encontrado valor significante para aleitamento materno artificial (OR=0,28 p=0,001). Ao associar o consumo de leite de vaca e formula infantil com DRGE em lactentes com seis meses ou menos, a OR foi de 2,05 e 3,098 (p= 0,018 e 0,015) respectivamente. Conclusão:Foi encontrada prevalência da DRGE de 19,57%. A escolaridade da mãe e a condição socioeconômica da família não influenciaram diretamente no surgimento da morbidade. Não houve associação estatisticamente significante entre a DRGE e o estado nutricional. O aleitamento artificial se destacou com menor chance para desenvolvimento da patologia, porém o leite de vaca e fórmula infantil contribuíram significativamente para o desenvolvimento da DRGE. |