Resumo |
O Manejo das florestas tropicais no mundo tem sido alvo de diversas críticas devido, principalmente, à exploração predatória da madeira. No Brasil, atualmente, esta atividade vincula-se à exploração da floresta amazônica, uma vez que nos outros biomas as áreas florestais existentes, fora das unidades de conservação, são muito restritas. A exploração de madeira na Amazônia tem sido feita, em sua maioria, de forma ilegal e, portanto, sem um plano sustentável de manejo. Contrapondo a esta questão surge a certificação florestal, que é uma forma de controle das práticas produtivas florestais, por meio de princípios e critérios pré-definidos em seus padrões. Desta forma, a certificação florestal pode garantir a produção contínua de madeira e a conservação da biodiversidade da floresta juntamente com o cumprimento da legislação ambiental. O principal sistema de certificação no Brasil, empregado às florestas nativas, é o FSC. Assim o presente estudo teve como objetivo verificar a situação atual da certificação florestal na Amazônia Brasileira. Os dados foram coletados nos relatórios públicos de organizações florestais certificadas pelo FSC, dos anos de 1997 a 2012. Estes relatórios são disponibilizados no website oficial do sistema de certificação FSC para consulta e download. Como resultado verificou-se que a área certificada na Amazônia corresponde a 281.8277ha e representa apenas 0,79% de toda a sua cobertura florestal; entre os estados o Pará apresenta o maior número de unidades de manejo certificadas (7) e também apresenta a maior unidade manejo certificada, correspondendo a 1.543.460ha; Já o Amazonas, estado de maior dimensão da floresta amazônica, tem somente uma unidade de manejo certificada, com uma área de 166.030,9ha que representa apenas 6% de toda área certificada na Amazônia brasileira; Verificou-se também que a tora de madeira foi o principal produto das unidades de manejo de floresta nativa certificados pelo FSC na Amazônia. A Castanha do Pará e o Óleo de Castanha, produtos de apenas uma unidade certificada pertencente a uma comunidade indígena de produtores, referem-se à maior área de manejo, que sozinha representa 55% da área total certificada e possui uma área de 1.543.460ha. Assim, entende-se que a certificação florestal, como é um instrumento de mercado que busca valorizar o manejo florestal sustentável e garante a manutenção da floresta em pé, deve ser incentivada pelo governo estadual e nacional, uma vez que a área certificada na Amazônia ainda é muito pequena. A certificação pode contribuir para a manutenção da biodiversidade da floresta e no cumprimento da legislação, podendo assim ser uma possível saída para diminuir o desmatamento ilegal. |