Ciência, saúde e esporte: conhecimento e acessibilidade

21 a 26 de outubro de 2013

Trabalho 927

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História política e cultura
Setor Departamento de História
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Daniela Cristina Nalon
Orientador FABIO ADRIANO HERING
Título O Negro, a Natureza e a Corte nos relatos de viagem de Maria Graham ao Brasil
Resumo Essa pesquisa busca analisar as diversas formas de interação estabelecidas por Maria Graham enquanto permaneceu no Brasil entre os anos de 1821 e 1824, tanto em relação aos negros, quanto à natureza. Para isso faz-se importante a análise de fontes produzidas pela própria viajante, quanto de autores contemporâneos a ela. Os relatos que compõe seus diários são repletos de subjetividade, uma vez que são resultados das suas experiências e impressões.
A proposta da pesquisa é o estudo de duas das mais distintas esferas sociais existentes no Brasil Imperial: a Corte e o quilombo. Era na Corte, convivendo com a Família Real e seus membros que Maria mantinha relações pessoais que iam muito além da diplomacia, chegando a afeiçoar-se a alguns, como a D. Leopoldina e sua filha de quem foi tutora, D. Maria Glória. Enquanto esteve no Brasil, Maria coletava espécimes da flora para que pudessem ser estudadas por cientistas e botânicos na Europa. Outro aspecto muito importante é que graças à essa relação com a natureza tanto através das coletagens, quanto pelos desenhos que fazia das paisagens, Graham manteve um contato mais próximo dos escravos. Maria vinha de uma sociedade em que a mão-de-obra escrava não era mais utilizada, daí o estranhamento.
O objetivo é mostrar que as relações estabelecidas pela viajante foram muitas vezes antagônicas ao esperado por parte da elite aristocrática, uma vez que Graham se tornou amiga dos escravos que trabalhavam em sua casa. A relação de confiança entre ambas as partes era tanta que, em um determinado momento eles a levaram para conhecer um quilombo que se localizava próximo à sua casa, deixando-a participar de festas e conhecer o cotidiano dos negros. Podemos compreender que houve uma intensa troca cultural e de conhecimentos entre a viajante inglesa e os escravos africanos.
A metodologia adotada foi a consulta aos materiais escritos por Maria Graham e de outros viajantes que estiveram no Brasil no mesmo período, coletando as informações e analisando-as. Além desse material, a pesquisa está amparada em outras obras como as de Gilberto Freyre, Mello-Leitão, Isadora Eckardt da Silva, Ilka Boaventura Leite, Dominique Godineau, entre outros.
Esperamos com essa pesquisa analisar essa mulher que mesmo em meio a tantos percalços conseguiu ter seus diários publicados e reconhecidos na Europa; bem como ter escrito os mesmos de forma tão íntima e que ao mesmo tempo denotam um amplo conhecimento adquirido pelos lugares por onde passou. Em especial no Brasil, onde nossa intenção é compreender a relação que possuía com os membros da Corte brasileira quanto com os negros e a natureza em geral, percebendo as interações e os reflexos dos mesmos em suas obras.
Palavras-chave Narrativas de Viajantes, Escravidão no Brasil do XIX, História Natural.
Forma de apresentação..... Painel
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