Resumo |
O tomate, Solanum lycopersicum, pertence à família Solanaceae, e está intimamente relacionada com outras espécies economicamente importantes da mesma família, sendo considerado um organismo modelo. Esta espécie apresenta 2n= 2x= 24 cromossomos. Em termos de montagem de cariogramas, seus cromossomos mitóticos podem ser identificados ente si com base nas suas características de tamanho e posição do centrômero, localização das regiões organizadoras do nucléolo e de quantidades de DNA. Entretanto, quando se visa a micromanipulação de um cromossomo para a construção de sondas o processo de identificação de um cromossomo específico não é facilmente identificável com a ótica do microscópio invertido. Por outro lado, preparações cromossômicas meióticas, especificamente em metáfase I, podem facilitar a captura de um tipo de cromossomo desejável com vantagem adicional de possibilitar a microdissecção do bivalente, fornecendo, portanto duas cópias do cromossomo como fonte de molde para sondas. A construção de tais sondas, porém, depende principalmente da identificação correta do cromossomo-alvo para micromanipulação. Portanto, para auxiliar na identificação e microdissecção de cromossomos o presente trabalho teve como objetivo a padronização de metodologias para a obtenção de bivalentes meióticos de tomate que podem ser utilizados para as técnicas de micromanipulação e para a criação de sondas cromossomo-específicas. Anteras de tomate de 1,5-1,7 cm foram fixadas em metanol:ácido acético (3:1) e armazenados em etanol 70%. Em seguida, as anteras foram lavadas com água destilada e então submetidas à digestão enzimática, por 2 h e 40 min, em banho-maria a 34°C, em uma solução contendo Celulase, Hemicelulase e Macerozyme. O material foi filtrado em tela de 50 nm, centrifugado e lavado com água destilada para remoção da enzima. O pellet foi ressuspendido em fixador, gotejado de uma altura de 60 cm sobre a lâmina limpa e, em seguida, procedeu-se a técnica de secagem ao ar. As lâminas foram coradas com solução de Giemsa 5% em tampão fosfato (pH 6,8), as imagens dos cromossomos meióticos foram capturadas com auxílio de vídeo câmera CCD (Cool-SNAP-Pro cf - Roper Scientific®) conectada a um microscópio OlympusTM BX-60, com fonte de luz estabilizada. Desse modo, foi possível observar cromossomos nas diferentes fases da meiose, morfologicamente preservados, não sobrepostos, com ausência de citoplasma e parede celular circundante. A utilização de células na prófase I possibilitou a identificação dos cromossomos em fases como diplóteno e diacinese por apresentarem morfologias e padrões de eucromatina e heterocromatina diferenciados, por isso foram considerados uma fonte adequada de DNA para a construção de sondas cromossomo-específicas por meio da micromanipulação. |