Resumo |
A busca por alternativas aos combustíveis fósseis aponta cada vez mais para os biocombustíveis, em especial o etanol de segunda geração. O entrave para a produção industrial de bioetanol é o alto custo do processo no qual a etapa de sacarificação se destaca. Por este motivo se faz necessário o estudo das enzimas celulolíticas como a carboximetilcelulase que pode ser produzida por diversos organismos incluindo os fungos da podridão branca. Um exemplar desse grupo de fungos é o Pycnoporus sanguineus, conhecido popularmente como orelha-de-pau. Este trabalho teve por objetivo produzir, purificar e caracterizar uma carboximetilcelulase proveniente do fungo Pycnoporus sanguineus crescido em farelo de trigo. A produção da enzima se deu após a inoculação do fungo Pycnoporus sanguineus em farelo de trigo acrescido de solução nutritiva, o qual foi acondicionado em Erlenmeyer de 250 mL e mantido a temperatura ambiente. Após 15 dias de crescimento foi realizada a extração utilizando tampão citrato (50 mM; pH 4,8) e agitação em shaker a 120 rpm a 4°C durante 1 hora. A atividade da carboximetilcelulase foi determinada utilizando o método do ácido-3,5-dinitrossalicílico (DNS) mensurando-se a quantidade de açúcares redutores obtidos após a hidrólise enzimática. A carboximetilcelulase foi purificada em 3 etapas que consistiram em:precipitação por sulfato de amônio, cromatografia de exclusão molecular e cromatografia de troca iônica. Todas as etapas de purificação foram acompanhadas por eletroforese (SDS Page). A enzima purificada foi caracterizada quanto a pH, temperatura e termoestabilidade. Em seguida realizou-se a determinação dos parâmetros cinéticos Km e Vmáx e estudou-se a influência dos efetores Ca2+, Mg2+, Mn2+, Ag+, SDS e EDTA na atividade enzimática. Do processo de purificação obteve-se um rendimento final de 5,23% e um fator de purificação equivalente a 283,08; valores muito satisfatórios para o experimento. As condições ótimas de atividade da enzima foram pH 6 e temperatura de 60°C, quanto a termoestabilidade a enzima mantém 50% de sua atividade encubada por 2 horas a 60°C. Os valores obtidos para Km e Vmáx foram respectivamente: 4,21 mg.mL-1 e 11,84 U.mL-1.mg1 .O ensaio do efeito de efetores e íons revelou uma afinidade muito grande da CMCase pelo íon Mn2+. Os íons bivalentes Ca2+, Mg2+ diminuíram a atividade enzimática. Em presença do agente quelante EDTA observou-se ausência de atividade, sugerindo que o íon Mn2+ trata-se de um cofator desta enzima. |