Resumo |
A carbonização da madeira é um processo de decomposição térmica, que ocorre na presença controlada de oxigênio, deixando como produto sólido o carvão vegetal. Para fins energéticos o carvão vegetal deve apresentar determinadas características, entre elas, destaca-se a baixa friabilidade, que está relacionada com a susceptibilidade em formar finos quando submetido à abrasão e choques mecânicos. A friabilidade é influenciada pelo diâmetro da madeira, pois árvores com diâmetro maior tendem a ter maior área de cerne e durante a carbonização ocorre a liberação de gases no sentido cerne-alburno, rompendo células parenquimáticas principalmente na região do cerne, causando maior formação de finos proporcionalmente a área de cerne presente. Tendo em vista a importância deste insumo para o abastecimento energético das indústrias brasileiras, principalmente, as siderúrgicas, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do diâmetro da madeira na friabilidade do carvão vegetal. As carbonizações foram conduzidas em forno tipo container metálico, com volume de 0,346m³, composto por: poço isolante, sistema de movimentação e descarga, sistema de condensação de gases e câmara de combustão. Foram utilizados toretes da madeira de Eucalyptus urophylla, com idade de 5 anos. A madeira apresentava-se sem casca e distribuída em 3 classes de diâmetro: Classe 1 ( < 10 cm), Classe 2 (10 - 13 cm) e Classe 3 (> 13 cm). Foram realizadas duas carbonizações por classe de diâmetro, totalizando seis carbonizações. Após as carbonizações determinou-se a friabilidade do carvão vegetal proveniente da madeira de cada classe de diâmetro. As amostras de carvão, anteriormente ao teste, foram classificadas na peneira de 60 mm e retidos na de 20 mm. Cerca de 500 g de cada amostra foram levadas a um tambor rotatório a 30 rpm, por 16 minutos. Após este período, o carvão foi novamente peneirado, medindo-se a massa (finos) que ficou retida na peneira de 20 mm, e relacionando-a com a massa inicial de carvão. De acordo com a classificação de friabilidade para carvão vegetal do Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), o carvão proveniente da madeira de Classe de diâmetro 3 apresentou uma friabilidade média de 25,83% sendo classificado como bastante friável, enquanto os provenientes das madeiras de Classe de diâmetro 1 e 2 apresentaram friabilidade média de 16,62% e 18,17% respectivamente, sendo classificados como medianamente friáveis. Constatou-se então que houve um aumento da friabilidade com o aumento do diâmetro da madeira, desta forma pode-se concluir que madeiras com maior diâmetro necessitam de uma carbonização mais lenta, pois a velocidade de saída dos gases que geram pressão interna na madeira produz um carvão com maior friabilidade, já em madeiras com menores diâmetros é necessário um maior controle da carbonização. |