Resumo |
O tratamento adequado de subprodutos originados do abate animal (vísceras, penas, carne, ossos e sangue) pode transformá-los em farinha de origem animal, alimento com excelente valor nutricional, além de permitir redução no custo de formulação e minimizar os problemas ambientais. Dentre os aminoácidos essenciais para suínos, o triptofano é um dos primeiros aminoácidos limitantes em rações a base de milho, de farelo de soja e de farinha de origem animal. Além de atuar na síntese proteica, o triptofano está envolvido com a ativação do sistema imune e com a regulação da ingestão de alimento. Dessa forma, foi realizado um experimento para avaliar relações triptofano digestível ileal estandardizado: lisina digestível ileal estandardizado (Trip DIE: Lis DIE) e a substituição parcial do farelo de soja por farinha de carne & ossos e farinha de pena em rações para suínos na fase inicial (15 a 30 kg). O experimento foi conduzido no Setor de Suinocultura da UFV. Foram utilizados 96 suínos machos castrados, peso inicial 14,71 ± 1,03 kg, distribuídos em um delineamento em blocos casualizados utilizando o peso inicial como critério de bloco (peso leve, médio e pesado). O experimento foi um arranjo fatorial 2 x 2 com 2 fontes de proteína (farelo de soja ou farelo de soja, farinha de carne & ossos e farinha de pena) x 2 relações Trip DIE: Lis DIE, (18; 21%), 12 repetições, com dois animais/baia. As dietas eram isonutritivas formuladas para alcançar ou exceder as exigências nutricionais de aminoácidos, energia, vitaminas e minerais, seguindo as recomendações nutricionais de Rostagno et al. (2011). As dietas experimentais e água foram fornecidas ad libitum aos animais durante o período experimental. Os parâmetros avaliados foram peso final (PF), consumo de ração diário (CRD), ganho de peso diário (GPD) e conversão alimentar (CA). Os dados foram analisados pelo procedimento ANOVA (SAEG) e as medias comparadas pelo teste F a 5% de significância. A média do PF foi de 27,05 ± 1,60 kg e o período experimental foi de 21 dias. Não houve interação (P>0,05) entre as fontes de proteína (farelo de soja; farelo de soja, farinha de carne & ossos e farinha de penas) e as relações Trip DIE: Lis DIE (18 e 21%) sobre o PF, CRD, GPD e CA , sendo os parâmetros avaliados de forma independente. As fontes de proteína (farelo de soja; farelo de soja, farinha de carne e ossos e farinha de penas) não influenciaram (P>0,05) o PF (27,20 x 26,92 kg), CRD (1,048 x 1,047 kg), GPD (0,595 x 0,581) e CA (1,764 x 1,805) dos animais. A relação de Trip DIE: Lis DIE (18 e 21%) não influenciou (P>0,05) o PF (26,80 x 27,28 kg), CRD (1,029 x 1,065 kg), GPD (0,576 x 0,599 kg) e CA (1,791 x 1,781) dos suínos. Os resultados indicam que a farinha de carne e ossos e a farinha de pena podem ser incluídas nas rações de suínos na fase inicial em 3 e 1,5%, respectivamente, em substituição parcial ao farelo de soja E a relação Trip DIE: Lis DIE de 18% é suficiente para manter o desempenho dos animais. |