Resumo |
O Brasil é o maior produtor de café do mundo e a produção para este ano é estimada em 2,9 milhões de toneladas, sendo 74,9% da espécie arábica. O estado com a maior produção desta espécie é Minas Gerais, com 51% do total. Para cada tonelada de café processado é obtido cerca de 1 tonelada de resíduos, dos quais, 79% é a casca dos frutos. Esses números refletem a importância da gestão adequada dos resíduos gerados durante o benefício do café, buscando o desenvolvimento sustentável das regiões e minimizando o impacto ambiental desses resíduos. Várias investigações têm sido realizadas à procura de explorar o potencial energético e nutricional da casca de café. O objetivo deste trabalho foi modelar a secagem da casca de café por radiação infravermelho usando modelos já tradicionalmente utilizados para este fin. Para o estudo foi utilizada casca de café obtido manualmente do descascamento do fruto maduro. A desidratação foi realizada num secador por energia de radiação infravermelha de 300 W a diferentes temperaturas (80, 90, 100, 110 e 120°C). A perda de peso foi registada a cada minuto e com estos dados foram obtidos os valores de razão de umidade para cada tempo. Os modelos matemáticos usados para representar a secagem da casca, foram: Page, Midilli, Henderson, Dois termos, Logarítmico, Aproximação da difusão, Weibull e Verma. O ajuste dos modelos foi analisado por meio de regressão não-linear com a ferramenta solver do Microsoft Excel 2010, buscando minimizar o erro absoluto. O grau de ajuste de cada modelo foi determinado por três parâmetros estatísticos: coeficiente de determinação (R2), erro médio relativo (P) e erro médio estimado (SE). Houve um claro efeito da temperatura sobre a taxa de secagem e sobre o tempo, atingindo uma velocidade máxima de 0,27 kga kgms-1 min-1 a 120°C e apenas 0,11 kga kgms-1 min a 80°C. Observou-se que a variação da massa em relação há o tempo foi exponencial e a taxa de esta variação foi proporcional a o aumento da temperatura . Todos os modelos ajustarem-se para a modelagem do processo, sendo os que apresentaram um melhor ajuste para todas as temperaturas os de Page e Midilli: coeficiente de determinação acima de 99.90%, o erro médio relativo embaixo de 4% e o erro médio estimado embaixo de 0,014. |