Resumo |
Os inquéritos alimentares são ferramentas muito úteis na ciência da Nutrição, uma vez que permitem a avaliação do consumo alimentar e a associação desta com possíveis doenças ou distúrbios nutricionais. Dessa maneira, a escolha do melhor método e a avaliação de sua aplicabilidade à população estudada é uma etapa fundamental no delineamento de um projeto de pesquisa. O Questionário de Frequência Alimentar é normalmente o método mais utilizado em estudos epidemiológicos por sua facilidade, baixo custo e por retratar a ingestão habitual do indivíduo. No entanto, deve ser validado em relação a um método mais preciso, por não ser um método precisamente quantitativo. Uma vez que, não há um padrão ouro na avaliação do consumo alimentar, foi utilizado o Recordatório de 24 horas como método de referência, por apresentar fontes de erro diferentes do método a ser validado. Foram selecionados 108 profissionais de saúde formados ou em formação, do município de Viçosa – MG, os quais responderam a um Questionário de Frequência Alimentar e quatro Recordatórios de 24 horas, com um espaço mínimo de um mês entre cada, sendo um relativo ao final de semana. Foi realizado o teste de concordância Kappa após ajuste dos nutrientes pela variabilidade inter e intrapessoal e por calorias, através do programa STATA 9.1. Os valores médios avaliados pelos dois métodos apresentaram apenas ligeira concordância, sendo os valores significativos apenas para piridoxina (p=0,02) e vitamina C (p=0,01). De maneira geral, o Questionário de Frequência Alimentar superestimou o consumo de nutrientes. Sendo assim, mesmo sendo um método vantajoso para estudos populacionais, o Questionário de Frequência Alimentar, mostrou baixa reprodutibilidade, não sendo indicado para a população estudada, devendo ser adaptado conforme hábitos alimentares locais em relação ao tipo e tamanho das porções dos alimentos listados. A identificação de outros fatores que possam interferir na validação deste método deve ser investigada. |