Resumo |
Desde a década de 1960, a população de pessoas idosas vem aumentando consideravelmente no Brasil e no mundo, em decorrência dos avanços da medicina e da redução da taxa de natalidade. Diante desta situação, fez-se necessário maior envolvimento da sociedade civil e do governo na promoção de políticas públicas que assegurem a melhoria da qualidade de vida e inclusão de idosos. Nesse sentido, este trabalho objetiva mostrar a relevância do Programa Municipal da Terceira Idade (PMTI) na vida dos idosos participantes, buscando compreender como a participação deles na instituição interfere na sua qualidade de vida. Para isso, foram analisados os resultados parciais de um projeto de extensão universitário integrado à pesquisa, que visa reconstruir a história de vida e memórias de idosos que frequentam o PMTI, além de resgatar saberes, memórias e experiências ligadas à trajetória particular dos idosos. As ações desenvolvidas consistiram em reuniões semanais, rodas de conversa e entrevistas. Nestas reuniões os idosos abordaram a relevância que o programa e os diversos projetos ali desenvolvidos trazem para a vida destes idosos, em função da diversidade de áreas de atuação do campo acadêmico, o que possibilita enfocar a velhice em seus múltiplos aspectos. O estudo revelou, até o momento, que o PMTI é muito importante na vida dos idosos, por ser um local que possibilita o encontro e a interação entre eles. Além disso, a participação dos idosos neste projeto é uma forma de mostrar para si próprio e para a sociedade que eles têm uma vida dinâmica e não se encaixam no perfil do idoso estigmatizado. Assim, a participação no PMTI configura-se como um projeto de autonomia e esperança, que contribui não só para a melhoria da auto-estima, como também é uma forma de demonstrar para a sociedade suas capacidades. As diversas atividades oferecidas no núcleo de convivência contribuem para a melhoria da saúde física e psicológica destes idosos para a obtenção de uma velhice com qualidade de vida, além de proporcionar a socialização e a formação de novos laços de amizade, aprendizado e trocas de experiências entre eles. Essa participação contribui para devolver-lhes a condição de cidadãos e sujeitos da história. Afinal, quando a pessoa idosa sente que é útil, que sua opinião é importante e que suas experiências podem ser valorizadas, tal situação pode elevar a qualidade do envelhecimento, contribuindo para que haja maior sentimento de realização pessoal que refletirá em melhorias na autoestima dos idosos. |