Resumo |
A adoção da dieta isenta de glúten é um fator protetor da saúde do celíaco e do sensível ao glúten e é atualmente a única forma de tratamento existente. A doença celíaca é uma enteropatia autoimune mediada, que apresenta suas manifestações clinicas mediante ao consumo do glúten, uma proteína encontrada no trigo, na aveia, no centeio e na cevada. Dessa forma, com a retirada dos alimentos que contém essa proteína, há melhora da mucosa intestinal e dos sintomas, porém parte da população ainda não tem conhecimento de quais alimentos possuem glúten em sua composição. Um dos instrumentos usado na educação nutricional é a pirâmide. Ela traz ilustração dos alimentos de cada grupo, distribuídos em patamares de acordo com a recomendação de ingestão. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo desenvolver adaptações na pirâmide alimentar para fins de uso por indivíduos portadores de doença celíaca e síndrome do glúten, em um ambulatório de referência ao atendimento de intolerâncias e desordens intestinais de uma IES pública federal. Por ser um instrumento visual, é um facilitador na compreensão de quais alimentos não possuem glúten, auxilia a escolha dos alimentos e no seu porcionamento. Para que esta proposta fosse alcançada, foram desenvolvidas adaptações na pirâmide alimentar, e para tal, foi tomado como base literária o Guia Alimentar da População Brasileira, para fundamentar a redistribuição dos grupos e do valor calórico por porção. As adaptações propostas foram baseadas nos atendimentos ambulatoriais aos pacientes celíacos da referida IES. Diante da proposta de trabalho foi possível avaliar que os guias alimentares são instrumentos que fornecem informações que visam promoção de saúde e bons hábitos alimentares. A representação dos grupos de alimentos deve ser baseada principalmente na relação existente entre o alimento e a saúde dos indivíduos. Com isso, a pirâmide adaptada à população intolerante ao glúten, traz como proposta: o grupo de cereais e tubérculos sem os alimentos que contém essa proteína, acrescenta o grupo de oleaginosas como fonte de minerais e óleos essenciais e exclui o grupo de leite e derivados, diante da presença de intolerância a lactose, presente em praticamente todos os portadores de D.C. na fase aguda. A distribuição de kcal por porção do grupo de cerais é de 150 kcal, hortaliças 15 kcal, frutas 70 kcal, feijões 55 kcal, oleaginosas 87 kcal, carnes e ovos 190 kcal, óleos e gorduras 73 kcal, açucares e doces 110 kcal. Para este grupo, considerando que boa parte dos pacientes apresenta também intolerância à sacarose, também foram feitos ajustes nas propostas de cardápio. Assim, a proposta de apresentar os alimentos em um guia alimentar visual como a Pirâmide de Alimentos, permite melhor compreensão e auxilia na escolha dos indivíduos. Traduz de forma didática e simples o conhecimento, tornando-se uma ferramenta expressiva no processo da educação nutricional e promovendo melhora da saúde dos pacientes atendidos. |