Resumo |
INTRODUÇÃO: a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), enfermidade altamente prevalente, é um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo. O controle da HAS constitui um desafio à Atenção Primária a Saúde (APS), o que no Brasil está a cargo essencialmente da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Assim, a visita domiciliar (VD), parte da rotina do ESF, constitui-se em cenário privilegiado para a educação em saúde, uma vez que contribui para a mudança de padrões de comportamento, e consequentemente para o aumento da qualidade de vida por meio da promoção da saúde. A VD como atividade dirigida à família enseja um tipo de ensino voltado à solução de problemas em situações da vida real, no ambiente familiar. OBJETIVO: apresentar o relato de experiência do trabalho de educação em saúde, visando a promoção da saúde e prevenção de agravos, por meio de VD em residências de portadores de HAS do município de Porto Firme-MG. DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES: ao longo de 8 meses foram realizadas VD mensais para 28 portadores de hipertensão, seguindo um programa de educação nutricional sistemático e acompanhamento familiar. Realizaram-se orientações sobre hábitos de vida saudáveis e formas de prevenção, tratamento e controle da HAS. RESULTADOS ALCANÇADOS: a medida que as VD foram sendo realizadas e os usuários orientados em suas residências, observou-se mudanças nos hábitos de vida e ampliação dos conhecimentos dos portadores de HAS e familiares sobre estratégias de melhorias da qualidade de vida. As principais mudanças relatadas referem-se ao conhecimento adquirido sobre questões que envolvem os hábitos alimentares conforme pode ser observado no depoimento: “A gente tem que ter uma alimentação adequada, nem muito sal, menos fritura, mais legumes e frutas”. Além disso, os usuários ressaltaram a importância das VD para o conhecimento e adesão às orientações: “Ajuda a gente, conversando lembro diário das orientações”; “Você me explica muitas coisas e ajuda a continuar seguindo a alimentação certa, a tomar o remédio direitinho.”. Ainda foi destacada a importância da atividade física como estratégia para melhorar a qualidade de vida: “A atividade física é muito boa, faz a gente ficar mais esperto e ter mais disposição”; “A caminhada ajuda, depois que comecei a fazer meu pé formiga menos”. Também foi relatado que, de forma geral, as mudanças de hábitos de vida conseguidas por meio das orientações realizadas durante as VD contribuíram para a melhoria da qualidade de vida, conforme pode ser observado a seguir: “(...) era aquela barulhada na cabeça, agora mudou, não tem barulho na cabeça mais”; “Mudei muito viu! O corpo da gente fica mais leve, fico mais tranquila”. CONCLUSÃO: diante do exposto, constata-se que a VD auxilia na formação do vínculo entre o profissional de saúde, os usuários e sua família, o que, conforme previsto nas diretrizes da ESF, propicia mudanças nos hábitos de vida, influenciando positivamente na qualidade de vida. |