Resumo |
A obesidade tem sido considerada uma epidemia mundial, visto que o número de indivíduos obesos no mundo tem aumentado consideravelmente entre todas as faixas etárias incluindo as crianças. O excesso de peso na infância é um importante fator de risco para a permanência desta condição na idade adulta, assim como o desenvolvimento de complicações associadas que aumentam o risco de doenças cardiovasculares. Considerando que as preferências alimentares estão sendo formadas durante esta faixa etária, a intervenção nas condições de saúde e nutrição destes torna-se indispensável para a incorporação de hábitos mais saudáveis. Objetivou-se avaliar o impacto do atendimento nutricional sobre as condições de saúde das crianças atendidas na Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa. O acompanhamento nutricional foi realizado com 9 crianças, que dentre aquelas agendadas foram as que compareceram, de 3 a 10 anos. Foram obtidos dados socioeconômicos, história dietética e familiar, e a antropometria (peso e altura). Com a obtenção destes dados antropométricos, calculou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) e, de acordo com a idade e o sexo, determinou-se o estado nutricional das crianças segundo a classificação proposta pelo World Health Organization (WHO 2006, 2007). Os resultados adquiridos demonstraram que 6 crianças estavam com excesso de peso, onde 2 apresentaram sobrepeso e 4 obesidade. Comparando a Estimativa da Necessidade de Energia (EER) do Institute of Medicine (2002) com o valor calórico adquirido pelo Recordatório de 24 horas, apenas dois dos indivíduos apresentaram consumo acima do estimado. Contudo, devido às limitações deste inquérito, pode ser considerada a ocorrência de prováveis subestimações da ingestão por parte dos entrevistados; e contribuindo com este fato, a aplicação de apenas um recordatório não proporciona uma aproximação do hábito alimentar real, mas a sua utilização teve como intuito a identificação de possíveis constituintes causadores do excesso de peso. Para todas as crianças, com excesso de peso ou não, foram realizadas orientações nutricionais ao longo das consultas, a fim de corrigir estas características detectadas na alimentação e, consequentemente, evitar o possível aparecimento de implicações na vida adulta. Dentre os prováveis aspectos observados que podem ser os responsáveis por este quadro estão a aversão a hortaliças, a menor ingestão de frutas e o alto consumo de produtos industrializados ricos em gorduras e açúcares simples, comuns dentre este grupo. Na oficina oferecida às crianças e responsáveis, optou-se pela preparação de receitas onde os principais ingredientes são frutas e hortaliças, com a finalidade de incentivar a ingestão e demonstrar a possibilidade de utilização destes de forma mais atrativa e palatável. A fim de estimular hábitos alimentares saudáveis na infância e a preservação da saúde, percebe-se a importância do atendimento nutricional, garantindo o desenvolvimento e crescimento das crianças. |