Resumo |
A avicultura é um dos setores mais organizados do agronegócio brasileiro, no entanto, considerando que o frango de corte é particularmente sensível a temperaturas ambientais elevadas e que o Brasil é um país onde altas temperaturas prevalecem à maior parte do ano, o estresse por calor se torna um dos principais limitantes da produção avícola brasileira. Entre as estratégias nutricionais mais recomendadas para reduzir os efeitos negativos do calor estão à redução do nível de proteína e a inclusão de óleo ou gordura na ração das aves. Assim, este experimento foi realizado para avaliar os efeitos de rações com baixo nível de proteína bruta e com diferentes fontes de energia sobre o ganho de peso, peso da carcaça, dos cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa) e da gordura abdominal de frangos criados em ambiente termoneutro ou de estresse por calor. Foram utilizados 336 aves, dos 22 a 42 dias de idade, com peso inicial de 0,834 ± 0,002 kg. O experimento foi realizado em esquema fatorial 3 x 2, com três fontes de energia (amido de milho, óleo de soja e gordura de coco) e dois ambientes térmicos (termoneutro e estresse por calor), em delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos, oito repetições e sete aves por repetição. Durante o período experimental as aves receberam rações com 18,50% de proteína bruta e suplementadas com aminoácidos industriais (metionina, lisina, treonina e valina). No ambiente termoneutro a temperatura do ar e a umidade relativa foram de 23,5 ± 0,79°C e 69,0 ± 4,45%, respectivamente, correspondendo a um ITGU (índice de temperatura de globo negro e umidade) de 71 ± 0,88. O ambiente de estresse por calor apresentou temperatura do ar de 31,9 ± 0,75°C e umidade relativa de 65,5 ± 6,48%, correspondendo ao ITGU de 83 ± 1,30. Não houve interação (P>0,05) entre os fatores estudados (fonte de energia e ambiente térmico) para nenhum dos parâmetros avaliados. As fontes de energia não influenciaram (P>0,05) o ganho de peso (GP), os pesos da carcaça (PCA), do peito (PPT), da coxa (PCX), da sobrecoxa (PSC) e da gordura abdominal das aves. No entanto, o ambiente térmico influenciou (P˂0,05) o GP, PCA e o peso dos cortes nobres, sendo que os maiores valores de GP, PCA, PPT, PCX e PSC foram obtidos no ambiente de termoneutralidade. Em condições de alta temperatura, as aves reduzem o consumo de ração, diminuem a atividade metabólica, a taxa de crescimento e aumentam o gasto de energia líquida para dissipar o excesso de calor corporal, o que justifica o menor GP, menor peso de carcaça e dos cortes nobres e menor PGA observados no ambiente de estresse por calor. A adição de lipídeos em rações com baixo nível de proteína bruta não afeta o ganho de peso e o peso da carcaça e dos cortes nobres das aves na fase de crescimento. Frangos de corte criados em ambiente termoneutro (23,5°C), durante a fase de 22 a 42 dias, apresentam maior ganho de peso e maiores pesos de carcaça e de cortes nobre embora maior deposição de gordura abdominal. |