Resumo |
A alimentação representa cerca de 80% dos custos em sistemas de produção de bovinos de corte, podendo esses serem reduzidos através da formulação de dietas que atendam de forma adequada as exigências dos animais. O conhecimento da proteína degradada no rúmen (PDR) dos alimentos permite formular dietas adequadas para atender aos requerimentos dos microrganismos e do animal, o que justifica estudos dessa natureza. O presente trabalho foi conduzido para avaliar a degradação ruminal in situ da matéria seca (MS) e matéria orgânica (MO) de 12 alimentos concentrados, sendo 6 energéticos: farelo de trigo (FT), farelo de arroz (FA), fubá de milho (MF), sorgo (S), milho desintegrado palha e sabugo (MDPS), casca de soja (CS) e 6 proteicos: farelo de algodão 38% (FA38), feijão (F), farelo de soja (FS), farelo de amendoim (FAm), farelo de girassol (FG) e caroço de algodão (CA). Os alimentos foram triturados em moinhos dotados de peneira com crivos de 2 mm de diâmetro. Foram incubados 3 alimentos em cada animal para cada período experimental, utilizando 4 bovinos machos Holandês x Zebu, castrados, fistulados no rúmen e distribuídos em quadrado latino 4 x 4. Em cada um dos tempos 0, 2, 4, 8, 16, 24, 48 e 72 horas, foram incubados 5g de alimento, em sacos de náilon com poros de diâmetro de 50 micras, medindo 14 x 7 cm, totalizando 72 sacos/animal. Os animais, pesando em média 400kg, foram mantidos em confinamento alimentados com dieta constituída por 60% de capim-elefante picado e 40% de concentrado. Os sacos de náilon foram introduzidos no rúmen em ordem decrescente do tempo de incubação e retirados ao mesmo tempo ao final do último dia de incubação em cada período. Os parâmetros de degradação ruminal in situ da MS e MO foram estimados pelo processo iterativo do algoritmo Marquardt utilizando o modelo Y = a + b(1-e-kdt), com auxílio do procedimento para modelos não lineares PROC NLIN – SAS, considerando taxa de passagem de 5% h-1. Para a MO, a média numérica dos valores da fração solúvel (a) foi de 23,93%, sendo o maior e menor valor obtido para FA (39,25%) e MDPS (6,9%), respectivamente. Os valores encontrados para a fração potencialmente degradável no rúmen (b) oscilaram entre 94,87% (SC) e 43,52% (FG), com média geral de 61,81%. A SC apresentou a menor taxa de degradação da fração b (kd), 3,12%, enquanto o FT apresentou o maior valor (38,45%), sendo a média de 10,96%. Com relação à degradabilidade efetiva (DE), o FS e o CA foram os alimentos de maior e menor DE, respectivamente (76,66% e 42,60%), enquanto os demais alimentos obtiveram média de 60,90%. Conclui-se que os farelos de arroz, de soja, de trigo e de amendoim e o feijão apresentam valores de DE acima de 70%, ou seja, elevada PDR. |