Resumo |
A mosca minadora é um inseto polífago, que no passado era considerada praga secundária em diversos cultivos, porém, nos últimos anos alcançou o status de praga chave. Os danos causados por esta praga podem ser diretos e indiretos. Os danos diretos são a redução da área fotossintética pela confecção de minas que com o tempo se tornam ressecadas e quebradiças. A lesão indireta pode ocorrer quando os adultos se alimentam. Além disso, na oviposição as fêmeas podem atuar como vetores de doenças. Erupções populacionais desta praga vêm ocorrendo em vários estados brasileiros e em diferentes hospedeiros. São descritas cerca de 376 espécies de Liriomyza em todo o mundo, sendo 23 de importância agrícola. No entanto, no Brasil relatos e identificação dessas espécies ainda são precários e pouco se sabe sobre os fatores que levam a erupções dessa praga. Assim, este trabalho teve por objetivo identificar morfologicamente espécies de Liriomyza sp. coletadas em diferentes cultivos e localidades. Foram coletadas folhas com minas ativas em couve (Paty de Alferes- RJ e Dionisio-MG), feijão (Vale da Agronomia, Universidade Federal de Viçosa-UFV), pepino (Araxá e Coimbra-MG), repolho (Viçosa-MG), tomate (Paty de Alferes-RJ e Venda Nova-ES), quiabo (Viçosa-MG) e serralha (Coimbra-MG). As folhas foram levadas ao laboratório de Manejo Integrado de Pragas da UFV e acondicionadas em bandeja plástica, forradas com papel toalha, no interior de gaiolas para que as larvas ao saírem das minas utilizassem o papel como suporte para formação das pupas. As pupas foram acondicionadas em potes plásticos cobertos com organza sobre condições controladas de temperatura, umidade e fotoperíodo, até a emergência dos adultos. Os adultos foram conservados em álcool 70 % e enviados para identificação no laboratório de produção e sanidade vegetal em La Mojonera (Almería), na Espanha. Os resultados encontrados foram: para a amostra de couve foram encontradas as espécies Liriomyza huibobrensis e Liriomyza brassicae em Paty de Alferes e L. Brassicae em Dionísio; na amostra de feijão L. sativae e L. bryoniae; para a amostra de pepino L. sativae em Coimbra e a L. huidobrensis em Araxá; para o repolho L. brassicae; para as amostras de tomate e quiabo a espécie L. sativae e para a serralha as espécies L. sativae e L. trifolli. Portanto, evidenciamos com este estudo a importância da identificação correta de Liriomyza sp. nos diferentes hospedeiros, visto que é possível a ocorrência de duas ou mais espécies simultaneamente no mesmo cultivo. |