Resumo |
Dentre os animais de interesse zootécnico, os frangos de corte são particularmente sensíveis a altas temperaturas ambientais devido, entre outros fatores, a alta taxa metabólica e sua limitada capacidade de eliminar o calor corporal. Entre as estratégias nutricionais mais recomendadas para reduzir os efeitos deletérios do estresse por calor estão à redução do nível de proteína bruta e a inclusão de óleos ou gordura nas rações. Assim, este experimento foi realizado para avaliar os efeitos de rações com baixo nível de proteína bruta e com diferentes fontes de energia sobre o desempenho de frangos de corte criados em ambiente termoneutro ou de estresse por calor. Foram utilizados 540 frangos, dos 8 a 21 dias de idade, com peso inicial de 0,152 ± 0,001 kg. O experimento foi realizado em esquema fatorial 3 x 2, com três fontes de energia (amido de milho, óleo de soja e gordura de coco) e dois ambientes térmicos (termoneutro e alta temperatura), em delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos, oito repetições e nove aves por repetição. Os frangos foram alojadas em salas com temperatura e umidade relativa controladas, recebendo rações com 19,80% de proteína bruta e suplementadas com aminoácidos industriais (DL-metionina, L-lisina, L-treonina e L-valina). No ambiente termoneutro a temperatura do ar e a umidade relativa foram de 27,8 ± 1,20°C e 59,3 ± 5,69%, respectivamente, correspondendo a um ITGU (índice de temperatura de globo negro e umidade) de 77 ± 1,71. O ambiente de estresse por calor apresentou temperatura do ar de 34,9 ± 0,62°C e umidade relativa de 58,9 ± 3,94%, correspondendo ao ITGU de 86 ± 1,53. Não houve interação (P>0,05) entre os fatores estudados (fonte de energia e ambiente térmico) para nenhuma das variáveis de desempenho avaliadas. As fontes de energia não influenciaram (P>0,05) o ganho de peso (GP), o consumo de ração (CR) e a conversão alimentar (CA) das aves. Considerando o fato de que frangos de corte jovens, principalmente entre a primeira e a terceira semanas de vida não possuem um sistema enzimático suficientemente desenvolvido para produzir enzimas em níveis adequados para digerir os lipídeos, a falta de resultados para as variáveis de desempenho em função da fonte de energia pode estar relacionada a menor digestão e absorção dos lipídeos o que, consequentemente, reduziu o valor energético e os efeitos benéficos da adição de lipídeos na ração, limitando o crescimento dos frangos. No entanto, o ambiente térmico exerceu efeito (P˂0,05) sobre as variáveis de desempenho, sendo que o ambiente de termoneutralidade resultou em maior GP (740g x 564g), maior CR (992g x 778g) e melhor CA (1,34 x 1,38). A inclusão do óleo de soja ou da gordura de coco como principal fonte de energia para frangos de corte, durante o período de 8 a 21 dias de idade, não influencia o desempenho das aves. O ambiente termoneutro (27,8°C) permite melhor desempenho de frangos durante a fase inicial de criação. |