Resumo |
Os resíduos de inseticidas presentes em alimentos representam sérios riscos à saúde da população. Em decorrência disso, é necessário utilizar métodos que visem à degradação dos mesmos em grãos e seus subprodutos. Uma estratégia potencial consiste no uso do ozônio, forma alotrópica do oxigênio e forte agente oxidante, empregado para a remoção de resíduos. O objetivo do presente trabalho foi estudar o uso do ozônio como agente de degradação dos resíduos de pirimifós-metílico em grãos de milho armazenados. Na realização dos ensaios, foram utilizados grãos de milho tratados com o inseticida Actellic 500 CE®, na dose de 24,0 mL t-1, cuja concentração teórica de pirimifós-metílico é de 12,0 mg kg-1, conforme o fabricante. Os grãos foram pulverizados com a calda inseticida com o auxílio de um pulverizador manual, homogeneizados e deixados em repouso por cerca de 3 h. A massa de grãos foi divida em amostras de 1 kg e estas foram expostas ao gás ozônio na concentração de 0,86 mg L-1 e fluxo contínuo de 1,0 L min 1, em períodos de exposição compreendidos entre 0,0 e 1,0 h, em intervalos regulares de 0,17 h. Como controle, os grãos de milho foram expostos ao oxigênio nas mesmas condições e períodos de exposição. Os resíduos do inseticida foram extraídos dos grãos, utilizando-se a técnica analítica ESL-PBT, e analisados por cromatografia gasosa. Os dados da concentração residual do pirimifós-metílico, em função do período de exposição ao ozônio, foram ajustados a modelos cinéticos. As características físico-químicas avaliadas foram o teor de água, a condutividade elétrica e o percentual de germinação dos grãos de milho. A concentração residual média do pirimifós-metílico nos grãos ozonizados apresentou uma queda de 91%, correspondente à degradação do principio ativo, em relação ao controle. O modelo cinético que melhor se ajustou aos dados foi o de primeira ordem. Observou-se que o ozônio foi eficiente na degradação dos resíduos do inseticida, sendo o aumento na eficiência diretamente proporcional ao aumento no período de exposição ao gás. Quanto às características físico-químicas, não houve alteração das mesmas com o processo de aplicação do gás. Dessa forma, torna-se evidente o uso do gás ozônio como estratégia potencial para a remoção de resíduos de agrotóxicos em grãos e subprodutos armazenados. |