Resumo |
O arsênio é um metal pesado amplamente encontrado na natureza nas formas inorgânicas de arsenito e arsenato. A primeira forma é considerada a mais tóxica, uma vez que é capaz de reagir fortemente com grupos tiois endógenos. A intoxicação por arsênio pode ocasionar alterações no aparelho reprodutor masculino, porém não se conhece seus efeitos sobre parâmetros morfométricos epididimários. Portanto, o objetivo deste trabalho foi comparar os efeitos do arsenato e do arsenito, em diferentes concentrações, na morfometria da região da cauda do epidídimo. Foram utilizados 30 ratos Wistar adultos randomicamente divididos em cinco grupos experimentais (CEUA número 19/2011). Os animais controle (G1) beberam solução salina, enquanto os animais tratados foram oralmente expostos ao arsenato a 0,01 mg/L (G2) e 10 mg/L (G3) e arsenito de sódio a 0,01 mg/L (G4) e 10 mg/L (G5). Os animais consumiram diariamente 30 mL das soluções por 56 dias. A região da cauda do epidídimo foi seccionada para obtenção de um fragmento por animal, que foi processado histologicamente para inclusão em resina. Cortes de 3 µm de espessura foram corados com Azul de Toluidina, sendo 10 campos histológicos fotografados (Olympus BX53) e analisados no programa Image Pro Plus, considerando os seguintes parâmetros: diâmetros tubular e luminal, altura do epitélio e proporção (%) dos componentes do compartimento tubular (epitélio, lâmina própria, lúmen com espermatozoide, lúmen sem espermatozoide) e intertubular (vaso sanguíneo, tecido conjuntivo e músculo liso). Os resultados foram analisados pelo teste de ANOVA, comparando-se as médias pelo teste de Student Newman Keuls (p = 5%). Os valores foram expressos como média ± erro padrão da média. A região da cauda do epidídimo nos animais do grupo G3 (405,18 ± 16,16 µm) apresentou redução no diâmetro tubular, quando comparada com a média obtida em animais do grupo G1 (490,13 ± 23,28 µm). Animais do grupo G4 também apresentaram redução no diâmetro luminal (362,17 ± 18,52 µm) em relação ao grupo G1 (449,35 ± 25,56 µm). Já em relação a altura média do epitélio, animais do grupo G5 (33,65 ± 2,21 µm) apresentaram maior valor que animais do grupo G3 (25,94 ± 1,75 µm). Na avaliação da proporção volumétrica, observou-se diferença entre os grupos apenas para o percentual de lâmina própria, que apresentou maior média em G2 (3,97 ± 0,76%) em relação a animais do grupo G3 (0,73 ± 0,05%). Em conclusão, o arsênio, nas formas e concentrações testadas, causou alterações morfométricas na região da cauda do epidídimo quando administrado cronicamente. |