Ciência, saúde e esporte: conhecimento e acessibilidade

21 a 26 de outubro de 2013

Trabalho 485

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Microbiologia
Setor Departamento de Medicina e Enfermagem
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Vitor Gabriel Ribeiro Grossi
Orientador LUCIANA MOREIRA LIMA
Outros membros Mariana Oliveira Ferreira, Renato Miyadahira
Título Neuroinfecção por Sappinia
Resumo Introdução: Amebas de vida livre são microrganismos que podem, eventualmente, desencadear enfermidades no homem, principalmente em indivíduos imunocomprometidos. Os principais gêneros implicados são Naegleria, Acanthamoeba e Balamuthia. Mais recentemente, foi descrita infecção por Sappinia, agente etiológico implicando na encefalite amebiana, descrita inicialmente em 2001. Objetivo: Revisar os principais aspectos relacionados ao acometimento neural pelo gênero Sappinia. Metodologia: Revisão da literatura, empregando o termo Sappinia, utilizando os portais U.S.National Library of Medicine (PUBMED) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO). A pesquisa foi realizada com artigos publicados até o dia 11 de agosto de 2013. Resultados: Foram encontradas 20 citações, abrangendo o período de 2001 (artigo mais antigo) a 2012. O gênero Sappinia alberga duas espécies, S. pedata e S. diploidea, ambas apresentando dois estágios de vida – trofozoíta e cisto. A sua presença nas fezes não significa infecção, desde que permaneçam como cisto durante toda a passagem pelo trato gastrointestinal. Até o presente momento, foi descrito apenas um caso de encefalite por este gênero. Contrapondo-se às demais encefalites amebianas, não há nenhuma relação aparente entre imunodeficiência e a encefalite causada por Sappinia. O caso de encefalite por S.diploidea acometeu um paciente do sexo masculino, 38 de anos, fazendeiro e imunocompetente. A evolução clínica iniciou-se aparentemente com um quadro de sinusite e depois, sinais e sintomas de encefalite. Foi encontrada uma massa na região posterior de seu lobo temporal esquerdo, composta por tecido que sofrera necrose hemorrágica e inflamação. Também se encontraram amebas na massa, sobretudo ao redor de vasos sanguíneos. Foi realizada cirurgia e instituída terapêutica com drogas anti-amebianas (azitromicina, pentamidina, itraconazol e flucitosina). Usualmente o prognóstico de encefalites amebianas é ruim, mas neste caso o paciente sobreviveu. O diagnóstico de sinusite previamente à encefalite suporta a hipótese da nasofaringe como porta de entrada. Conclusões: A relevância de se conhecer os aspectos da neuroinfecção por Sappinia diz respeito à possibilidade de identificação de novos casos. Possivelmente, vários pacientes em todo o mundo não são diagnosticasos por não se pensar na possibilidade de infecção pelo gênero Sappinia. Sugere-se atenção para os seguintes achados: 1) Apresentação radiológica como massa tumoral cerebral, não delimitado por parede; 2) Inflamação e necrose hemorrágica central contendo células inflamatórias agudas e crônicas, sem granulomas ou eosinófilos. 3) Presença de trofozoítos com um núcleo duplo distinto, os quais envolveram células sanguíneas do hospedeiro e foram brilhantemente coradas com Giemsa e ácido periódico de Schiff. A confirmação diagnóstica pode ser obtida através da reação de polimerase em cadeia.
Palavras-chave Neuoinfecção, ameba, Sappinia
Forma de apresentação..... Painel
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