Resumo |
Segundo a BMF Bovespa (2013), empresas de capital aberto são aquelas que têm suas ações registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e distribuídas entre um determinado número de acionistas, podendo ser negociadas em bolsas de valores ou no mercado de balcão. Abertura de Capital, segundo FINEP (2000) é o processo pelo qual a propriedade de uma empresa fechada é transferida para um grande número de pessoas que desejam dela participar e que não mantêm, necessariamente, relações entre si, com o grupo controlador. A Oferta Pública Inicial (IPO) de ações é uma importante alternativa para a capitalização de empresas que buscam expandir suas atividades ou reduzir seus passivos financeiros. No Brasil, nos anos de 2000, o número aberturas de capital das empresas aumentou, sendo que, segundo a BMF Bovespa (2013), de 2009 a 2012, 31 empresas passaram por esse processo. Tendo em vista a importância e atualidade do tema, o presente trabalho teve como objetivo analisar a eficácia da abertura de capital, sob o ponto de vista da maximização da riqueza dos acionistas, verificando se esta produziu efeitos relevantes no Retorno Sobre o Investimento (ROI). Os objetos de estudo foram as empresas listadas na BMF&Bovespa: as 16 empresas que fizeram IPO nos anos de 2010 a 2012, excluídas 9 por falta de informações para todos os anos. Foi utilizado um modelo de regressão com dados em painel, em que as variáveis independentes foram descritas por: grau de alavancagem financeira (GAF), liquidez corrente, e a variável dummy IPO: (1) para as empresas que abriram o capital no ano analisado e (0) para o ano em que ela não estava com o capital aberto; e a variável dependente foi dada pelo ROI das empresas. A base de dados consistiu nos índices extraídos dos Demonstrativos Contábeis dos anos de 2009 a 2012, horizonte temporal que incluiu os anos de aberturas de capital das empresas, considerando também o ano anterior às suas aberturas de capital. Os dados foram coletados diretamente do site da BMF&Bovespa ou nos sites de cada uma das empresas listadas. Averiguou-se que todas as variáveis, conjuntamente, foram significativas, conforme o p-valor da estatística F. O R² ajustado indicou o percentual das variações no ROI explicado pelas variações nas variáveis explicativas utilizadas, sendo esse percentual de 15,26%. Confirmou-se a influência da do IPO no ROI das empresas, assim como o efeito do GAF sobre o este; a liquidez corrente, no entanto, mostrou-se não significativa. Por fim, a análise do coeficiente da Dummy IPO mostrou que o ano de abertura de capital houve aumento de 3,38 vezes no ROI das empresas. Dessa forma, pôde-se concluir que apesar de certas desvantagens na opção por abrir o capital, como custos para fazer abertura, custos incrementais para mantê-la aberta, underpricing na emissão de ações, entre outras, estas normalmente são compensadas por vantagens como estabelecimento de um valor superior para empresa e, principalmente, pelas variações positivas no ROI. |