Resumo |
Os metais pesados, como o chumbo, têm despertado grande interesse ambiental, principalmente pelo fato de não apresentarem caráter de biodegradabilidade. Uma vez introduzidos nos organismos são capazes de bioacumular-se e promover uma série de disfunções nos diversos órgãos, inclusive nos testículos, já que não possuem qualquer função biológica conhecida. Objetivou-se avaliar a concentração de chumbo acumulada no testículo de ratos Wistar adultos expostos a diferentes doses do metal. Foram utilizados 25 animais divididos em cinco grupos: controle (I) que recebeu água destilada e os grupos tratados (II, III, IV e V) que receberam chumbo nas concentrações de 16, 32, 64 e 128mg/Kg, respectivamente, em solução de acetato de chumbo por gavagem, durante 30 dias consecutivos. Após o tratamento, os animais foram anestesiados e eutanasiados procedendo-se a coleta dos testículos. Amostras de testículo foram pesadas e posteriormente secas em estufa a 70ºC, até alcançarem peso seco constante. As amostras secas foram colocadas em Erlenmeyers de 25 mL juntamente com 1,5 mL de HNO3 concentrado e 0,5 mL de HClO4 (70%) e transferidas para uma chapa aquecedora onde a temperatura foi sendo aumentada gradativamente, a partir de 70ºC até 90ºC, de modo que a digestão do material fosse completa. Após a digestão, as amostras foram diluídas em 25 mL de água deionizada e filtradas em papel filtro. A determinação da concentração de chumbo foi feita através do espectrofotômetro de absorção atômica. Os resultados foram expressos em microgramas de chumbo por grama de massa fresca. Para a comparação das médias foi utilizado o teste Student-Newman-Keuls (p<0,05). Observou-se aumento dose dependente na concentração de chumbo nos diferentes tratamentos. Houve maior concentração do metal nos grupos III, IV e V em relação aos grupos controle e II. Estudos têm mostrado que a exposição ao chumbo pode levar a um acúmulo do metal nos testículos e em outros órgãos, provocando uma série de patologias. A capacidade de se acumular nos tecidos estimula a produção excessiva de espécies reativas de oxigênio gerando alterações nas funções normais das células, induzindo-as ao estresse oxidativo. |