Resumo |
A oferta de softwares de código aberto em português e, acessíveis a alunos com deficiência são restritos. Assim, professores do Departamento de Educação e de Informática da UFV adaptaram o software GCompris em imagens, cores e aumento do tempo de resposta, a fim de potencializar a aprendizagem acadêmica de alunos com deficiência. As atividades são desenvolvidas na APAE de Viçosa-MG, no turno da tarde com sete alunos com idades entre 10 a 39 anos. Os participantes do projeto tem três níveis de alfabetização: inicial (IN), que identifica letras, números e reconhece algumas sílabas; intermediário (IT), que lê e escreve números e sílabas, com pouca fluência; alfabetizados (AL) têm domínio de adição, leitura e escrita fluentes. Em cada sessão são feitas atividades de português e matemática do software conforme o nível do aluno e os conteúdos desenvolvidos na etapa escolar. O desempenho dos alunos foi anotado em formulários, podendo ser: independente, com auxílio (verbal/material concreto), ou não executado. Em português, com 9 níveis crescentes de dificuldade, foram exercitadas, a letra desaparecida, em que todos realizaram com êxito; leitura vertical e horizontal feita sem ajuda até o nível IV (AL), mas até o nível III (IT), e nível II pelos IN. Em letras cadentes no nível II de forma independente foi atingido pelos grupos IT e AL e os IN, o nível I. No editor de textos do GCompris, um aluno (AL) digitou frases de forma independente e conseguiu escrever trechos de sua própria autoria; os outros grupos necessitaram de ajuda para localizar as letras, ou copiarem frases, com pouca redação própria,sendo feitos 110 segmentos pelos IN, 24 pelos IT e 60 pelos AL. Em matemática, na atividade ligue os pontos,os níveis IT e AL concluíram sem ajuda até o final; já os IN precisaram de ajuda a partir do nível II de III. Na contagem de itens os IN chegaram com auxílio ao nível V e os demais concluíram de forma independente. Em dinheiro, os alunos dos níveis IT e IN conseguiram realizar até o nível II e IV respectivamente, de forma independente, e precisaram de material concreto para finalizar todos os níveis. Na atividade chapéu mágico da adição e subtração, os alunos IN demonstraram maior dificuldade, principalmente em relação à reversibilidade das operações necessitando de maior atenção da equipe chegando até o nível II da subtração e IV da soma. A atividade pares de dados foi realizada de forma independente pelo grupo AL e, um aluno do IT até o nível II sem ajuda. Considerando o total de 1.143 atividades de português e de matemática desenvolvidas houve maior avanço nas atividades de português e a maior dificuldade em subtração, que deverá ser mais trabalhada na área escolar. Ao mesmo tempo viu-se a possibilidade de conciliar motivação e aprendizagem nos alunos com deficiência no uso do software, o que sinaliza potencializar mais investimentos na tecnologia acessível, a fim de permitir tanto o avanço do conhecimento quanto da tecnologia disponível. |