Resumo |
Introdução: O aleitamento materno é uma das mais importantes práticas alimentares adequadas na infância, que garante condições ótimas de estado nutricional, tendo reflexos positivos durante toda a vida. Esta prática traz benefícios nutricionais, imunológicos, emocionais, dentários e socioeconômicos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida. Vários fatores podem influenciar na duração e incidência do aleitamento materno, dentre eles a escolaridade materna e outros fatores socioeconômicos. Objetivos: Avaliar a prevalência de aleitamento materno exclusivo e sua associação com a escolaridade e a renda familiar de mães atendidas em um Programa de Apoio à Lactação do município de Viçosa-MG. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com dados coletados nos prontuários de atendimento do Programa de Apoio a Lactação (PROLAC). O programa é uma iniciativa do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa em parceria com o Hospital São Sebastião do município. Os dados foram processados e analisados, no software SPSS versão 20.0. Utilizou-se o Teste de Mann-Whitney, para análise de comparação de médias e o teste do qui-quadrado de Pearson para análise de associação, assumindo-se o nível de rejeição da hipótese de nulidade de 0,05. A amostra foi constituída por 82 binômios mães-filho assistidos pelo PROLAC no período de janeiro a julho de 2013. Resultados: A idade materna variou entre 13 e 42 anos, com média de 27,29 ± 7,02 anos. No período analisado, observou-se que a prevalência de aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida foi de 64,6% (n=53). Em relação aos fatores socioeconômicos, constatou-se que a média de escolaridade em anos das mães foi de 10,15 anos ±3,27, variando de 0 anos de estudo (analfabetas) até 16 anos (superior completo). Quanto a renda familiar, 41,3% (n= 33) recebiam até 2 salários mínimos e 58,8% (n=47) recebiam mais do que 2 salários. Ao associar a prática de aleitamento materno exclusivo com o nível da escolaridade das mães verificou-se que não houve associação estatisticamente significante (p=0,741), bem como a renda familiar (p=0,490). Conclusões: A partir dos dados encontrados, pode-se concluir que a prevalência de aleitamento materno exclusivo na amostra analisada foi elevada quando comparada a outros estudos. E em relação às variáveis renda e escolaridade, apesar de não ter apresentado significância estatística quando associadas à prática do aleitamento materno exclusivo sabe-se que, as mulheres com maior nível de escolaridade e renda apresentam melhor perspectiva de tempo para a amamentação exclusiva. Assim, as ações educativas no sentido de preconizar a importância do aleitamento materno devem ser enfatizadas pelos profissionais de saúde, a fim de estimular a adoção dessa prática nos primeiros anos de vida da criança. |